O empresário fluminense Ricardo Faria, 50 anos, conhecido como “Rei do Ovo”, construiu uma fortuna estimada em R$ 17,4 bilhões, segundo a Forbes, exportando ovos férteis para 17 países por meio da Granja Faria. Até recentemente, mantinha uma vida discreta, mas, em junho, provocou polêmica ao declarar à Folha de S.Paulo que muitas pessoas não querem trabalhar por estarem “viciadas no Bolsa Família”.
Suas preocupações, porém, iam além do cenário social brasileiro. Desde junho de 2023, enfrentava um contratempo pessoal curioso: uma lavanderia havia encolhido seu suéter de cashmere da marca italiana Loro Piana a ponto de a peça já não cobrir nem o umbigo.
Após o incidente, Faria processou a lavanderia 5àsec de Alphaville, alegando ter pago US$ 2.373,48 (cerca de R$ 13 mil) pelo suéter e pedindo ressarcimento, além de pelo menos R$ 5 mil por danos morais. No processo, anexou fotos vestindo a peça verde-clara, agora tão curta e justa que mais parecia roupa de boneco.
Para Faria, o suéter encurtado era a prova física de sua dor e mágoa. Feito com lã de cabras da Mongólia, a peça já o colocara no universo do quiet luxury — estilo que, segundo a Vogue Brasil, “sussurra um luxo mais discreto”. A Loro Piana, grife associada a essa estética, viu sua reputação abalada por denúncias de abusos trabalhistas em sua cadeia de produção.
Em meio à polêmica, uma funcionária de Faria avisou a uma atendente da 5àsec: “Só vou te pedir que, quando for se referir à peça, falar cashmere […]. Ele [Faria] frisou fortemente que não se trata de malha.” Como não havia nota fiscal, a lavanderia classificou o preço do suéter de “surreal”. Disse não haver provas de que a peça tenha sido danificada na lavanderia e que o cliente não a cedeu para uma perícia. “Infelizmente, o mundo não gira em torno do umbigo do requerente”, concluiu. Mesmo que o umbigo esteja à mostra, diga-se.
Em 18 de junho de 2025, a juíza Fabiana Tsuchiya determinou que a lavanderia pagasse R$ 11.867,40 pela peça, mas negou indenização por dano moral, considerando o caso “mero aborrecimento”. O pagamento foi parcelado, e a 5àsec afirmou que Faria segue cliente. Quatro dias após a sentença, o Metrópoles revelou que, apesar das críticas ao Bolsa Família, o empresário fez 71 pedidos de financiamento no BNDES, somando R$ 132 milhões — o equivalente a quase 200 mil bolsas-família.
(Com informações da Revista Piauí/UOL)