Depois de anos de domínio do Canadá na captação de financiamento para o setor de maconha, o país começa a perder a vantagem inicial, e banqueiros dos Estados Unidos são cada vez mais procurados por empresas de cannabis. As informações são do Extra.
Para banqueiros dispostos a apostar em negócios relacionados à maconha, a oportunidade é grande: com a legalização em mais estados dos EUA, o setor vive uma onda de consolidação, com grandes empresas interessadas em aumentar sua presença nacional. E, embora o veto do governo federal tenha afastado grandes bancos, veteranos do Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Credit Suisse Group decidiram embarcar no negócio.
Um exemplo dessa tendência é a MGO-Ello Alliance, empresa de contabilidade e consultoria da Califórnia que tem oferecido serviços para o setor de maconha nos últimos anos. A empresa acaba de lançar um banco-butique de investimentos em maconha, o Ello Capital, comandado por um veterano de Wall Street. A MGO-Ello Alliance espera que o banco lucre com comissões em meio à onda de acordos no setor de cannabis.
O Ello Capital pode ser seguido por grandes bancos de investimento se esforços no Congresso americano para legalizar o financiamento do setor de maconha derem resultado. Mas, mesmo que seja esse o caso, a MGO-Ello acredita que sua experiência anterior no setor pode representar uma vantagem sobre bancos como Goldman Sachs e Morgan Stanley, embora estes tenham grandes redes de investidores e capacidade de firmar grandes negócios.
— Estou confiante de que posso competir contra qualquer banqueiro em qualquer lugar — disse Hershel Gerson, um veterano do Credit Suisse e do Macquarie Capital, que agora é presidente do Ello Capital.
Foram contratados quatro banqueiros e seis associados para iniciar as operações do banco de investimentos. Gerson fechou mais de US$ 30 bilhões em acordos ao longo de sua carreira em bancos de investimentos, disse a empresa em comunicado.
Os investidores voltam suas atenções para os EUA menos de um ano após o Canadá ter legalizado a maconha para o uso por adultos em todo o país. A medida deu uma vantagem inicial ao vizinho dos EUA, e uma série de fusões reversas e ofertas públicas no país ajudaram a criar um mercado legalizado na América do Norte.
Mas a maré começa a mudar. Empresas canadenses encontram dificuldade para dar lucro e mais estados dos EUA afrouxam a regulamentação para o setor de cannabis. No primeiro trimestre de 2019, pela primeira vez houve mais acordos de cannabis tendo como alvo ativos dos EUA, de acordo com a Viridian Capital Advisors.