A atriz egípcia Rania Youssef pode pegar cinco anos de prisão por ter aparecido usando um vestido com transparêncianas pernas e considerado ‘muito sensual’.
A jovem foi fotografada durante o Festival de Cinema do Cairo, na capital do Egito. Rania vai ser julgada a partir de 12 de janeiro por causa de denúncias feitas por um grupo de advogados, que acusam a atriz de “incitação à imoralidade” e “promoção do vício”. Tudo porque ela mostrou suas pernas.
Rania Youssef tem apenas 44 anos. Durante a passagem pelo tapete vermelho foi alvo de olhares impressionados, sobretudo de homens. A atriz é mais uma vítima do conservadorismo (especialmente contra mulheres) que historicamente atinge o Egito. O país africano de maioria muçulmana ainda é refém de atributos do fundamentalismo islâmico.
Youssef se desculpou, reafirmando que respeita a cultura e os valores morais do Egito. “Eu não esperava esse tipo de reação. Se soubesse, não teria usado o vestido”, declarou por meio de nota.
Segundo o The New York Times, um dos promotores, o advogado Samir Sabry, esteve à frente de mais de 2.700 processos nos últimos 40 anos. Os principais alvos são atores, políticos e nomes da dança do ventre.
Em 2013, a Fundação Thompson-Reuters publicou um estudo que coloca o Egito como o pior país para mulheres. Assédio sexual, mutilações genitais e a violência de grupos islamitas conservadores após a Primavera Árabe são alguns dos agravantes.
O Hypeness falou sobre o lançamento de um documentário mostrando a realidade de mulheres egípcias. O trabalho produzido por Tinne Van Loon e Collette Ghunim mostra todos os homens, sem exceção, olhando fixamente para as mulheres, como se fossem verdadeiros objetos sexuais, gerando a sensação de incômodo, constrangimento e vergonha em todas aquelas que passam.