Quando se fala em tatuagem na vulva, os riscos também existem e não devem ser deixados de lado. “A vulva tem uma colonização de bactérias própria dela que, quando é quebrada, existem as infecções. Pode ter uma infecção fúngica, por exemplo, um corrimento vaginal. A partir do momento em que você manipula a vulva, que é uma região de pele fina, de mucosa, vai ter mais chance de desencadear uma inflamação do que em outra região como, por exemplo, o braço, a barriga, o dorso, porque a pele é mais espessa, tem uma proteção natural”, ressaltou Emerson.
Além disso, se a inflamação que foi gerada naturalmente por essa quebra da barreira for muito grande, existe a possibilidade de que se forme uma queloide no local. Isso, por sua vez, pode atrapalhar nas futuras relações sexuais.
No caso de uma tatuagem no pênis, por ele ser um tecido frouxo, existem muitas chances de ele inchar e sofrer algum tipo de trauma.
“Qualquer pancada no pênis, qualquer picada, inflamação, é acompanhada de muito inchaço, de muito edema, porque é um tecido frouxo, é uma pele mole, como é a pele de mucosa. Então, claro, a manipulação com agulha e pigmento vai ser acompanhada de mais inchaço, de mais reação inflamatória, naturalmente. E, se essa pessoa tiver uma sensibilidade aumentada, isso vai tomar proporções maiores ainda. Sem dúvida nenhuma, pigmentar uma área genital oferece mais risco do que tatuar uma outra região“, disse.
Da mesma forma que o ânus, tanto o pênis como a vulva têm uma concentração maior das glândulas apócrinas de produção de suor. E essa transpiração também pode favorecer a proliferação de bactérias.
“Não é à toa que é uma região que o cheiro é diferente do resto do corpo. Tem mais chance de ter um odor vindo dessa região. E o que é o odor? É nada mais do que a proliferação de bactérias; o suor não tem cheiro”, lembrou o dermatologista.