Ser astronauta ainda é o sonho de muitas crianças. A figura do profissional com capacete espelhado, explorando o espaço, faz parte do imaginário coletivo — talvez por influência da corrida espacial no século passado. Mas, deixando de lado o glamour dos filmes de ficção científica, você já se perguntou quanto um astronauta realmente ganha para arriscar a vida em missões espaciais?
A resposta não é simples, já que os valores variam de acordo com a agência espacial, o tempo de carreira e a função exercida. Mas, para facilitar, vamos usar a NASA como exemplo — afinal, por ser uma agência pública dos EUA, ela divulga seus dados salariais.
Um astronauta recém-recrutado na NASA começa ganhando cerca de US$ 66 mil por ano — o equivalente a aproximadamente R$ 26 mil por mês. Com o tempo, esse valor pode aumentar significativamente. A maioria dos astronautas está nas categorias GS-12 ou GS-13, que fazem parte da tabela salarial do governo americano.
• GS-12 inicial: US$ 66 mil/ano
• GS-12 final: até US$ 86 mil/ano
• GS-13 inicial: US$ 78 mil/ano
• GS-13 final: até US$ 102 mil por ano, o teto da categoria.
Esses salários não são exclusivos da NASA — fazem parte da estrutura geral de pagamento de funcionários públicos nos EUA.
Como se tornar astronauta?
Antes de pensar no salário, é preciso conseguir a vaga — e isso é extremamente difícil. Na NASA, o processo de seleção acontece a cada dois anos e é mais concorrido que entrar em Harvard. Embora não exista uma formação acadêmica obrigatória, a maioria dos candidatos possui diploma em física, engenharia, astronomia ou áreas relacionadas.
Em 2017, por exemplo, apenas 12 candidatos foram aprovados entre mais de 18 mil inscritos.
O processo seletivo inclui:
• Análise de perfil profissional
• Exames médicos rigorosos
• Entrevistas com o Painel de Classificação de Astronautas (formado por cerca de 50 especialistas)
Além disso, os astronautas não atuam só em missões da NASA. Também participam de projetos com empresas como SpaceX e Blue Origin.
E quem nasceu no Brasil?
Se você é brasileiro e sonha em ser astronauta pela NASA ou pela ESA (Agência Espacial Europeia), o primeiro passo seria conquistar a cidadania de algum dos países participantes desses programas. A NASA aceita apenas cidadãos americanos, e a ESA, cidadãos de um dos 22 países-membros — como França, Alemanha, Itália, Espanha, entre outros.
Alguns desses países têm processos facilitados para concessão de cidadania, o que pode abrir caminhos para brasileiros que desejam seguir esse sonho.
É possível ser astronauta sendo só brasileiro?
Na prática, não. O único caso até hoje foi o de Marcos Pontes, levado ao espaço por meio de uma parceria internacional com o governo brasileiro. Atualmente, não há programas semelhantes em andamento. No entanto, o Brasil participa de iniciativas como o Programa Artemis, que pretende levar humanos novamente à Lua. Talvez, no futuro, surjam novas oportunidades para brasileiros no espaço.