Lavar as pálpebras é uma forma importante de evitar contaminações e consequentemente inflamações na região conhecidas como blefarite. Porém, o hábito de higiene na região é pouco comum, além de diferenciado por ser uma área mais delicada. “O ideal é realizar a limpeza ao menos duas vezes por semana, como prevenção, já que as pálpebras, incluindo os cílios, são a primeira defesa dos olhos. Em caso de uso de maquiagem mais intensa é fundamental a higienização imediata. Por isso sempre recomendo dedicação e tempo para que a limpeza seja efetiva”, explica André Borba, oftalmologista especialista em oculoplástica pela Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Segundo o especialista, a blefarite pode ser causada por diversos fatores, sendo o tipo mais comum associada a doenças de pele como dermatite seborreica e rosácea. “Infecção bacteriana, disfunção das glândulas que auxiliam na produção das lágrimas, acúmulo de gordura nas pálpebras, presença de parasitas, também podem surgir por conta da falta de higiene local e causar coceira nos olhos, lacrimejamento, vermelhidão, irritação, sensação de areia nos olhos e até a perda dos cílios”, alerta Borba.
O especialista recomenda 5 passos para higienizar as pálpebras adequadamente:
Em geral, é recomendado o uso de produtos com espuma, de preferência para bebês, ou shampoo neutro diluído, para não irritar os olhos.
Para realizar a limpeza das pálpebras, comece lavando as mãos com sabonete e água morna.
Em seguida, aplique a quantidade desejada de espuma em um tecido limpo sem pelos (pode ser gaze) ou na ponta dos dedos.
Com o olho fechado, limpe suavemente as pálpebras fazendo movimentos de um lado para outro, evitando tocar o olho diretamente durante a limpeza.
Em seguida enxágue a área com água fria e depois repita o processo no outro olho
“É fundamental, principalmente em tempos de pandemia, evitar colocar as mãos nos olhos, principalmente sem lavá-las ou depois de utilizar álcool gel. A mão pode trazer diversos corpos estranhos aos olhos, como poeira, pelos de animais, vírus e bactérias, e não coçar os olhos com as mãos sujas é um fator importante para diminuir o risco de infecções”, alerta Borba.
Vale lembrar, que mesmo com a higiene adequada, a indicação é a de sempre consultar um especialista caso surja algum sintoma, para que o médico avalie caso a caso.