A morte de Giorgio Armani, anunciada nesta quinta-feira (4), deixa em aberto o futuro de uma das maiores empresas de moda do mundo. Fundada nos anos 1970 ao lado do sócio Sergio Galeotti, a marca italiana gerou 2,3 bilhões de euros (cerca de R$ 14,5 bilhões) em 2024 e sempre foi mantida independente por decisão do estilista.
Sem filhos para herdar o negócio, Armani administrava o grupo com familiares próximos e colaboradores de confiança.
Possíveis herdeiros
Entre os nomes mais cotados para sucedê-lo estão sua irmã Rosanna, as sobrinhas Silvana e Roberta, além do sobrinho Andrea Camerana. Todos já ocupam cargos de liderança no grupo. Também integra essa lista o braço direito de Armani, Pantaleo Dell'Orco, colaborador de longa data.
Mais detalhes devem surgir nos próximos dias, com a abertura do testamento do estilista.
Fundação para preservar independência
Antecipando o futuro, Armani criou em 2016 uma fundação para proteger a independência da empresa. O próprio estilista explicou, em entrevista ao Corriere della Sera:
“Meu objetivo é salvaguardar a governança dos ativos do Grupo Armani e garantir que sejam mantidos estáveis ao longo do tempo, respeitando princípios que considero fundamentais.”
A fundação, que hoje detém uma pequena participação, deve herdar uma fatia maior do grupo e será administrada por três representantes escolhidos pelo próprio Armani.
Estatutos e regras de sucessão
O estilista também elaborou um novo estatuto social, válido após sua morte. O documento prevê divisão de capital em diferentes categorias de ações e estabelece cautela em eventuais aquisições. Ele também abre espaço para uma possível listagem em bolsa, mas apenas cinco anos depois da entrada em vigor do estatuto e com aprovação da maioria dos diretores.
Continuidade criativa e gerencial
Armani mantinha controle rígido tanto da criação quanto da gestão. Sua sobrinha Silvana colaborava com as coleções femininas, enquanto Dell'Orco atuava nas masculinas, o que pode assegurar uma linha de continuidade no design.
Já no nível executivo, será preciso preencher os cargos de presidente e CEO, ambos acumulados pelo fundador. Os nomes mais cotados são Giuseppe Marsocci, atual vice-gerente geral e diretor comercial, e Daniele Ballestrazzi, vice-gerente geral e diretor financeiro e de operações.