O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que está com Covid-19, afirmou nesta quinta-feira, em live com o presidente Jair Bolsonaro, que permanece no cargo de ministro. A declaração foi dada após um desentendimento entre os dois, relativo à compra da vacina chinesa produzida pela Sinovac.
— Semana que vem, talvez, com toda certeza, tu volta pro batente, né? — questionou Bolsonaro.
— Pois é, tão dizendo que não, né? — replicou Pazuello, rindo.
— Falaram até que a gente estava brigado. No meio militar, é comum acontecer isso aqui, não teve problema nenhum — respondeu Bolsonaro.
— É simples assim, um manda e outro obedece. Mas a gente tem carinho, dá para desenrolar — disse Pazuello.
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Na live de pouco menos de cinco minutos, Pazuello contou que sentiu cansaço, dor de cabeça e febre ao contrair o novo coronavírus, mas disse que está melhor. Ele afirmou que tomou hidroxicloroquina, o vermífugo anita e azitromicina. Segundo Bolsonaro, o fato do ministro ter melhorado comprova que os remédios tem eficácia, apesar de não haver comprovação científica da eficácia dos medicamentos.
— Mais um caso aqui concreto que hidroxicloroquina, azitromicina e anita deu certo. Mais um que deu certo — afirmou Bolsonaro, acrescentando:
— Mais uma prova aqui que tomou e deu certo. Alguns reclamam, falam que a hidroxicloroquina não tem comprovação científica. Não tem para o covid, mas tem para outras coisas — disse.
A aliados, Bolsonaro não escondeu a irritação com o anúncio de que o Ministério da Saúde compraria 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac. O incômodo maior se deu pelo que o presidente considerou como “uso político” do governador de São Paulo, João Doria, sobre o tema. Na avaliação do presidente, um assunto de “tamanha importância” deveria ter sido discutido com ele antes de anunciado pelo ministro e pelo governador de São Paulo.
Mesmo desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro no episódio envolvendo a compra de vacina para Covid-19, Pazuello se mantém firme no cargo de ministro da Saúde. Ele garante a aliados que não vai ceder à pressão para migrar para a reserva do Exército. General da ativa, Pazuello assumiu a titularidade da pasta no mês passado sob a condição de que poderia se continuar como militar até completar oito anos de oficial general ou quatro anos de general de divisão. Ao empossá-lo, Bolsonaro garantiu que a decisão de ir para reserva seria dele.