Nova variante do coronavírus P.4 é identificada no interior de São Paulo

Ainda não é possível saber se a variante é mais contagiosa ou perigosa do que o vírus “comum”.

Coronavírus | Divulgação
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O pesquisador da Unesp de Botucatu e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, João Pessoa Araújo Júnior, anunciou nesta terça-feira (25) a identificação de uma nova variante do novo coronavírus, a P.4.

Segundo o especialista, a origem ainda é desconhecida, mas ela foi identificada primeiro em Mococa, no interior de São Paulo, e tem alta circulação em Porto Ferreira.

Ainda não é possível saber se a variante é mais contagiosa ou perigosa do que o vírus 'comum'.

Nova variante

No início deste mês, a mutação L452R na proteína S, que também está presente na variante indiana do novo coronavírus, foi identificada em amostras de Descalvado e Porto Ferreira. Contudo, ainda não era possível afirmar se tratava-se de uma nova variante ou uma já existente.

Segundo o pesquisador, as análises da universidade foram submetidas ao Global Initiative on Sharing All Influenza Data (GISAID), iniciativa internacional de acesso aberto a informações sobre genomas de vírus influenza e coronavírus. O grupo então fez a designação do nome P.4.

Pesquisadores da Unesp identifcam a P.4, nova variante do novo coronavírus — Foto: JN 

"Essa nova variante é parente da P.1, porque ela tem a mesma origem, a origem é a B.1.1.28, que é uma linhagem que deu origem a P.1, a P.2, que foi identificada no Rio de Janeiro, a P.3, que foi identificada nas Filipinas. E agora foi identificada a P.4, que tem origem ainda desconhecida, mas ela foi primeiramente reconhecida no leste de São Paulo, primeiramente em Mococa, depois nós vimos uma alta frequência dela na cidade de Porto Ferreira, onde nós concentramos o nosso estudo", afirmou o pesquisador.

Variante em ascensão

Ainda de acordo com Araújo Júnior, o reconhecimento da nova variante é importante, pois mostra que ela está em ascensão. Ainda não há informações sobre o comportamento da variante.

"Ela está num ambiente onde a P.1 predomina, onde a variante britânica predomina também, mas ela está subindo com uma frequência que nos preocupa muito. Então, isso foi reconhecido pelo GISAID e agora, com esse nome, a gente vai ter condição de acompanhar melhor qual vai ser a disseminação dele e a gente quase que implora para os órgãos competentes de saúde para olhar com mais cuidado para essa região, pra gente minimizar a transmissão dessa variante P.4. pra outras regiões, como aconteceu com a variante P.1", destacou o pesquisador.

O pesquisador da Unesp de Botucatu e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, João Pessoa Araújo Júnior — Foto: Reprodução 

Com a presença do pesquisador, a Prefeitura de Porto Ferreira vai fazer uma live no Facebook nesta terça, às 17h, para esclarecer informações sobre a nova variante.

Maio é o mês mais letal em Porto Ferreira

Porto Ferreira tem 4.827 casos de Covid, sendo 127 mortes desde o início da pandemia. Do total de óbitos, 25 ocorreram somente em maio, que já é o mês mais letal da doença na cidade.

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