Uma menina de apenas 3 anos, aluna da escola municipal Leonor Mendes de Barros, em Santos, no litoral de São Paulo, morreu por complicações decorrentes da covid-19, após passar vários dias internada na UTI do Hospital Ana Costa.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (Sindserv) denuncia que a menina pode ter contraído a doença na escola, por conta da retomada das aulas presenciais, que ocorreu no dia 3 de maio. Já a Secretaria de Educação do município (Seduc) informa que a criança contraiu a covid-19 dos pais, que teriam adoecido antes dela.
A mãe quer contar tudo o que aconteceu, mas que irá aguardar o luto para poder se manifestar. Segundo os familiares, ela ainda está em choque pelo que aconteceu e mal consegue falar. A diretoria da escola publicou ontem, em sua página no Facebook, um post de condolências pela morte da criança.
"É com imenso e profundo pesar que comunicamos o falecimento da nossa aluna, a pequena e querida Alice. Nos solidarizamos com seus pais por todo o período de internação da filha e nos manteremos à disposição para todo apoio, acolhimento e atenção necessários nesse momento tão triste. Nossa comunidade escolar mantém-se em orações e emana energias positivas a toda família", diz texto.
Troca de acusações
Nas alegações do Sindserv, o retorno às aulas presenciais na rede de ensino de Santos teria feito sua primeira vítima entre os alunos, com a morte de Alice. Segundo informações obtidas pelo diretor do sindicato, Cássio Canhoto, a notificação de que a menina poderia estar com a covid-19 ocorreu no dia 12 de maio.
"Soubemos da morte da aluna ontem à tarde, enquanto realizávamos um protesto em frente à prefeitura, justamente por conta da retomada irresponsável das aulas presenciais. Os profissionais de ensino não estão devidamente vacinados, apenas uma parte desses profissionais, os com mais de 47 anos, receberam a vacina. Mas a média de idade dos profissionais é de 38 anos", defendeu.
Apesar disso, reclama o sindicalista, somente ontem o Governo do Estado anunciou a abertura de um cadastro para vacinação de todos os profissionais de saúde.
"Acontece que durante o mês de maio inteiro crianças e profissionais de ensino se arriscaram comparecendo presencialmente às escolas. Só para ter uma ideia, já temos cinco desses profissionais mortos por conta da covid-19 em Santos. E, agora, infelizmente, a primeira aluna.".
A Secretaria de Educação de Santos (Seduc) lamentou a morte da aluna e acrescentou que a criança era autista e "tinha outras comorbidades".