Médica desabafa e faz apelo sobre a necessidade do isolamento social

De acordo com a profissional, as infecções têm aumentado na cidade entre as classes A e B nas últimas 3 semanas, e vários hospitais tiveram aumento significativo de atendimentos.

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A Médica infectologista Christina Gallafrio Novaes, que está na linha de frente do Covid19 em São Paulo, fez  alerta sobre a necessidade do isolamento social. De acordo com a profissional, as infecções têm aumentado na cidade entre as classes A e B nas últimas 3 semanas, e vários hospitais tiveram aumento significativo de atendimentos.

No apelo, a médica explica consultas aumentaram exponencialmente e afirma que não é por ônibus ou metrôs lotados e sim, por festas, encontros, jantares. “Venho então pedir encarecidamente que usem máscaras, mantenham distância e façam pelo menos uma pausa (2 ou 3 semanas já ajudariam bastante) nos encontros não essenciais. Se forem inevitáveis, que sejam ao ar livre, com poucas pessoas. Nós, da saúde, estamos exaustos. Considerem isso antes de promover encontros”, desabafou. 

Médica faz alerta devido  descumprimento de regras do isolamento social (FOTO - EGBERTO NOGUEIRA_2020 )

Leia o alerta na íntegra: 

 "Nunca achei que fosse fazer um pedido desses, mas aqui estou, por exaustão. Peço desculpas antecipadamente por meu pedido.  As infecções por Covid têm aumentado na cidade de São Paulo entre as classes A e B nas últimas 3 semanas, e vários hospitais de que tenho informação ou vivência direta (Sírio, Oswaldo, 9 de Julho, Samaritano, Santa Paula, São Luiz...) tiveram aumento significativo de atendimentos e, pelo menos dois desses, estão lotados. As nossas consultas aumentaram exponencialmente. E não é por ônibus ou metrôs lotados. É por festas, encontros, jantares. 

Espero que esse aumento não passe para a população menos favorecida, porque o HC já não tem condições de reservar novamente um instituto inteiro, como fez na primeira onda, para tratar Covid, uma vez que está lotado agora com as internações por outras doenças que estavam represadas. Não teremos mais condições de ter, como antes, 500 leitos de UTI.

Venho então pedir encarecidamente que usem máscaras, mantenham distância e façam pelo menos uma pausa (2 ou 3 semanas já ajudariam bastante) nos encontros não essenciais. Se forem inevitáveis, que sejam ao ar livre, com poucas pessoas. Nós, da saúde, estamos exaustos. Considerem isso antes de promover encontros. Está sendo muito difícil manter nossa saúde mental e física com uma carga de trabalho tão grande de forma contínua desde o início do ano. O descaso vem de cima, eu sei, contra isso não temos muitas armas. Mas aqui, neste grupo querido, tenho certeza que posso contar com a compreensão, apoio e esforço de vocês."

 

 

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