Com as restrições estabelecidas pela quarentena na Itália, a esposa de um idoso morto por coronavírus teve que de ficar confinada com o corpo estirado no chão da casa por quase dois dias na região de Borghetto Santo Spirito, no Norte do país. A remoção do cadáver só foi concluída na manhã desta quarta-feira (11).
De acordo com o jornal Corriere Del Ticino, a mulher teria pedido a ajuda de militares que atuam na contenção do vírus na Itália. Mesmo assim, pelo risco de contaminação, os soldados decidiram não acessar o espaço até que o resultado de exames do corpo e da mulher sejam liberados.
Funcionários de uma funerária local fizeram a operação vestindo macacões de proteção e outros equipamentos de segurança. O caixão também é especial, feito de zinco, e o corpo será transferido para um necrotério autorizado para a realização de autópsias de mortos com coronavírus.
O prefeito da cidade, Giancarlo Canepa, em entrevista à emissora italiana IVG.it afirmou que não havia mais como esperar o resultado de testes para fazer a retirada do corpo. "As condições do corpo estavam criando uma situação difícil com a esposa dele, forçada a ficar em casa. É o fim de um pesadelo para ela, com a esperança do teste dar negativo e ela poder abraçar os familiares", declarou na manhã desta quarta-feira.
Anteriormente, Canepa informou que o homem morto se recusou a receber tratamento em um hospital local, o que teria levado a essa situação. Segundo ele, nada poderia ser feito pois estavam respeitando os protocolos de segurança da quarentena.
A esposa segue em isolamento na casa, até que o resultado dos exames sejam liberados. O local recebeu uma higienização após a retirada do cadáver.