Relatório divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz revela que o crescimento, no mês de março, das taxas de hospitalizações por Covid-19, em pessoas com faixas etárias de 30 a 59 anos superou o aumento global da doença.
Levando em conta todas as idades, o aumento de casos alcançou 700%, se comparado a janeiro, já entre os jovens essa escalada passou de assustadores 1.000%. Essa é mais uma preocupação das autoridades de saúde, já que a hipertensão é um dos agravantes para os infectados pelo coronavírus.
Ao longo da pandemia, profissionais de saúde e pesquisadores têm tentado compreender os motivos dessa piora dos pacientes hipertensos.
Estudos indicam que a Covid-19 é uma doença que modifica respostas metabólicas, inflamatórias e de coagulação, gerando o comprometimento de vários órgãos, incluindo o coração.
Pessoas que já tenham alterações crônicas do coração ficam, então, mais suscetíveis a ter evolução mais grave da doença.
Risco de trombose
Especialista em hipertensão, a cardiologista Aline Moraes reforça que o aumento da pressão arterial pode fazer alterações como a hipertrofia do músculo cardíaco, o que pode aumentar o risco de trombose.
“Em alguns pacientes hipertensos, notamos que há uma espécie de engrossamento que o coração faz para dar conta da pressão mais alta e que dificulta o relaxamento do coração. Quando essa hipertrofia é considerável, ela pode gerar também aumento dos átrios. Essas alterações podem fazer o paciente reter mais líquido nos pulmões, provocar arritmias e aumentar o risco de trombose - todos problemas muito associados à pior evolução da Covid-19”, reforça.
“Quem já sofre com pressão alta precisa manter os níveis bem controlados com medicação e um estilo de vida saudável, além de tomar todos os cuidados já conhecidos como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social para evitar a contaminação do coronavírus”, conclui.