Galpão do Ministério da Saúde tem 9,5 milhões de doses paradas

A prefeitura do Rio suspendeu vacinação por falta de imunizantes. Os governadores de São Paulo, João Doria, e do Pará, Helder Barbalho, apontaram falhas nas remessas aos estados.

galpao | reprodução
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O Ministério da Saúde admitiu que quase 10 milhões de doses de vacinas contra Covid da Pfizer e Coronavac estão paradas no centro de distribuição em Guarulhos, em São Paulo. O ministério disse que ainda hoje iria começar a liberar 3,6 milhões de doses, que chegariam aos estados no fim de semana. O restante das doses, diz a pasta, ainda aguardam liberação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade e da Anvisa. 

O ritmo de distribuição de vacinas pelo Ministério da Saúde voltou a ser alvo de críticas do governo do estado de São Paulo e, agora, também da prefeitura do Rio de Janeiro e do governo paraense. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, já havia suspendido a vacinação nesta quarta-feira (11), e anunciou o mesmo para quinta-feira (12).

Galpão do Ministério da Saúde tem estoque de 9,5 milhões de doses

Em entrevista coletiva, Doria se referiu ao problema ocorrido na semana passada, quando São Paulo recebeu doses abaixo do que, segundo ele, teria direito. Na época, o Ministério da Saúde negou qualquer prejuízo. Disse que o objetivo era equilibrar o ritmo da vacinação em todo país.

O Ministério da Saúde não enviou as doses que prometeu enviar a São Paulo. Quero repetir aqui: o Ministério da Saúde descumpriu o acordo feito verbalmente comigo e com o doutor Jean Gorinchteyn, feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Não cumpriu e não entregou as doses da vacina da Pfizer que havia prometido, as 228 mil doses”, enfatizou o governador.

Cobrança pelos imunizantes

O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, endossou a cobrança ao Ministério da Saúde.

“A primeira coisa que o ministério tem que fazer é reconhecer que tem um problema na distribuição: fazer os processos quando as vacinas chegaram ao Brasil. Essas vacinas já deveriam estar com planejamento de como são distribuídas e reduzir todos os processos para que elas não sejam distribuídas com mais de 24 horas. A maioria dos municípios montou seu calendário a partir dos contratos assinados com a Pfizer, com o Butantan e com a Fiocruz”, disse.

O governador do Pará, Helder Barbalho, do MDB, também cobrou o Ministério da Saúde. Ele afirmou que o estado é o segundo com menor número de imunizantes em relação ao tamanho da população. Helder Barbalho disse que pediu em julho ao Ministério da Saúde uma recomposição de vacinas para que o Pará receba a mesma quantidade que os outros estados.

O Ministério da Saúde não comentou até esta quarta-feira (11) as declarações de Eduardo Paes, João Doria e Helder Barbalho, mas afirmou que não há problemas no comando do Programa Nacional de Imunização. Em julho, Franciele Fantinato deixou o cargo de coordenadora do programa. Em depoimento à CPI, chegou a dizer que havia uma politização da vacina. Até agora, o ministério não nomeou um substituto.

Esquema vacinal

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, afirmou que é preciso correr para completar o esquema vacinal.

“O Brasil ainda tem pressa. Nós temos boa parte da nossa população sem ainda a primeira dose e menos ainda com o esquema completo. A distribuição deve obedecer a uma proporção que contempla a população brasileira terminar o esquema vacinal da mesma maneira, mesmo tempo ou próximo disso, mas a distribuição tem que ser célere. Não há por que hoje demorar na entrega de vacina num cenário de pandemia”, destacou Kfouri.

Na noite desta quarta, o Ministério da Saúde informou que 9,5 milhões de doses estão no centro de distribuição. Desse total, 3,6 milhões, liberadas hoje, vão chegar aos estados e ao Distrito Federal em até 48 horas. E que outros 6,3 milhões da Coronavac e da Pfizer aguardam liberação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade e Saúde ou da Anvisa.

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