Acusado de contrabandear hidroxicloroquina para comercializar em um 'kit Covid-19', o médico norte-americano Jennings Ryan Staley se declarou culpado em processo movido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O medicamento é comprovadamente ineficaz contra o coronavírus. Caso seja condenado, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.
Stanley, de 46 anos, confessou os crimes na última sexta-feira, quando compareceu a um tribunal federal em San Diego, na Califórnia. O médico vendia o kit Covid-19 como uma 'cura milagrosa'. Ele atendia em uma clínica especializada em estética.
De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, o médico comercializou kits Covid-19 nos meses de março e abril do ano passado. No acordo de confissão, ele admitiu que descrevia o tratamento aos pacientes como uma cura "cem por cento", uma "bala mágica", uma "arma incrível" e "quase bom demais para ser verdade". Stanley também afirmou que o remédios forneceriam pelo menos seis semanas de imunidade.
Investigações
As investigações mostraram que Stanley tentou contrabandear cerca de 11kg de hidroxicloroquina de um fornecedor chinês. O medicamento daria entrada nos EUA em barris de extrato de inhame.
Provas contra o médico também foram obtidas por meio de agentes do FBI. Os policiais disfarçados entraram em contato com Stanley e um deles comprou seis pacotes de tratamento por US $ 4 mil.
"Staley ofereceu uma bala mágica, uma cura garantida para Covid-19 a pessoas dominadas pelo medo durante uma pandemia global", disse a agente especial do FBI, Suzanne Turner. "Hoje, Staley admitiu que era tudo uma mentira como parte de um golpe para ganhar dinheiro rápido. O FBI continuará a perseguir vigorosamente os médicos que abusam de suas profissões para fraudar vítimas inocentes com truques de falsas esperanças e promessas", acrescentou.
As informações são do Jornal O Globo.