As irmãs Danubia Pereira Venâncio, 36 anos e Vanessa Pereira Venâncio, de 40 anos, morreram vítimas do covid-19 em um intervalo de 24 horas, na cidade de Governador Valadares (MG). Elas estavam internadas em hospitais diferentes. Segundo Valéria Alves, tia delas, Danúbia foi internada na quarta-feira (2), inicialmente no quarto do Hospital Regional, em ala exclusiva para atendimento do novo coronavírus. Dois dias depois, na sexta-feira (4), foi a vez de Vanessa ser levada ao Hospital São Lucas, mas já foi colocada direto na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
"Na semana passada, Danúbia me ligou passando mal. Levamos para Policlínica. Ela foi direto para o oxigênio, estava bem debilitada. Eu tive que dar comida na boca, pois ela não tinha força. Logo depois Vanessa foi internada. Ela teve um AVC na última quarta. Aparentemente, a situação da Danúbia era melhor do que a da Vanessa", disse. Uma semana depois de ser internada, o caso de Danúbia deu complicações e ela morreu. "Ela sofreu uma parada e não resistiu", afirmou Valéria, que lamentou a morte da sobrinha em um vídeo que postou nas redes sociais, no qual pediu orações à família.
"Infelizmente nossa família não pôde levantar a plaquinha com aquela frase 'eu venci a covid'. Foi ela quem venceu. Enterrei minha sobrinha Danubia. É um momento frio, que a gente não pode ver, a gente não pode dar um último toque. Quero pedir que vocês não parem de rezar, vamos continuar rezando", disse Valéria. Ainda no vídeo, a tia das mulheres pediu orações para Vanessa, que estava na UTI. No entanto, menos de 24 horas depois de ter publicado nas redes sociais, a outra irmã morreu.
"Minha irmã acabou de perder as duas filhas e minha mãe de 80 anos não pode dar um abraço nela. Perdeu as netas, está vendo a filha sofrendo, e não pode dar um abraço e apoiar neste momento por causa dessa doença", disse Valéria. As irmãs não tinham comorbidades. Danubia deixa dois filhos enquanto Vanessa era casada e deixa marido e três filhos. Além das duas irmãs que morreram, em julho de 2020, outras duas pessoas da família precisaram da ajuda dos médicos para superar o coronavírus. "O drama é extenso, em julho eu e meu irmão ficamos internados. Meu irmão foi para um hospital no domingo, com falta de ar. No quarto. Na segunda-feira foi para UTI. Ficou 15 dias. Na semana seguinte fui ao hospital e fiquei internada, no quarto, enquanto meu irmão estava no UTI", completou.
Em exames feitos recentemente, Valéria descobriu que a mãe, com 80 anos, hipertensa e cardíaca, testou positivo para o novo coronavírus, mas não teve sintomas da doença. "Essa doença para alguns pode ser uma gripezinha, mas para outros ela pode exigir uma UTI. Como você não sabe como vai ser com você, porque antes você não sabe como vai reagir, a alternativa é seguir os protocolos. Seguindo o distanciamento, as pessoas precisam entender isso", disse.