O número de pessoas infectadas com o novo coronavírus no mundo ultrapassou a marca de 100 mil nesta sexta-feira, segundo um levantamento da agência Reuters. O cálculo leva em conta relatórios divulgados pelos ministérios da Saúde nacionais e demais autoridades de cada país.
No mundo, a China lidera com 81.667 casos registrados, seguida da Coreia do Sul, com 6.593 contrágios. O Irã, no Oriente Médio, também viu o número de infecções explodir nas últimas semanas. Até o momento, segundo estatísticas sociais, são 4.747 casos. A Itália, maior epicentro de Covid-19 na Europa, tem 3.296 casos.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças da União Europeia, 3.385 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus desde o início da epidemia global, grande parte na China (3.044). A doença surgiu na China no fim de dezembro na cidade de Wuhan, na província de Hubei, região central do país.
Somente nesta sexta-feira, novos casos foram confirmados no Vaticano, Peru, Togo, Butão, Camarões e também na Sérvia. O novo coronavírus já afetou quase 90 países, incluindo o Brasil, que tem nove casos confirmados.
A origem da pneumonia era, então, encarada como um mistério. Estima-se que o paciente zero do SARS-CoV-2 tenha se contaminado em 17 de dezembro no mercado municipal da cidade. Cientistas têm disputado em diferentes artigos o hospedeiro original do vírus. Entre as principais teorias estão morcegos e animais exóticos selvagens que são comercializados na nação asiática.
O governo chinês alertou oficialmente a Casos de coronavírus(OMS) no dia 31 de dezembro a respeito da nova doença. A entidade declarou emergência de saúde pública internacional no fim de janeiro e, desde então, vem resistindo a adotar o termo pandemia.
Desde dezembro, os casos escalaram rapidamente inclusive fora de Hubei, cujas principais cidades foram submetidas a quarentenas sem precedentes. O número de casos no território chinês eventualmente diminuiu com as medidas adotadas pelo governo, consideradas draconianas por uma série de especialistas, mas a doença eventualmente se espalhou por outros continentes.
OMS cobra ação de países
Na última quinta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que uma "longa lista de países" não está fazendo o suficiente para impedir a propagação da epidemia de Covid-19, responsável pela adoção de medidas draconianas que deixaram quase 300 milhões de estudantes sem aulas e interromperam o turismo, atingindo muitas companhias aéreas.
— Isso não é um teste. Não é o momento de abandonar (as medidas de contenção), não é o momento de buscar desculpas, é o momento de ir a fundo — criticou Ghebreyesus, sem citar os paises em questão.
O chefe da entidade voltou a evitar classificar a disseminação do novo coronavírus como uma epidemia.
— Também estou de acordo que a situação poderia ser pior do que temos agora. (A crise do coronavírus) Poderia estar ao nível de uma pandemia. No entanto, também estamos dizendo que há países nesta situação (de epidemia) que demonstraram a capacidade de contê-la. Não devemos nos render — disse o diretor-geral da OMS.
Trump assina lei emergencial
Com o avanço do novo coronavírus no mundo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira uma lei emergencial dedicando US$ 8,3 bilhões (R$ 38,6 bilhões) para os esforços do país contra a epidemia do coronavírus, que já contagiou 233 pessoas e matou 11 em território americano. A medida foi aprovada pelo Congresso.
O dinheiro será destinado para governos estaduais e locais. O estado mais afetado é Washington, na Costa Oeste do país, e o número de casos nos estados da Califórnia e de Nova York aumentou nos últimos dias.
A verba deverá ser dividida em US$ 3 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de vacinas, além da assistência médica e da elaboração de kits; US$ 2,2 bilhões para medidas de prevenção, preparo e resposta à Covid-19 e US$ 1,25 bilhão para esforços internacionais de contenção do vírus no mundo.
O principal sindicato de enfermeiros dos Estados Unidos denunciou o pouco preparo de vários hospitais e manifestou preocupação com a falta de equipamento e de informações para os profissionais da saúde.