O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve comprar 500 milhões de doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 para doar a diversos países. A informação foi noticiada pelo jornal Washington Post, nesta quarta-feira (09).
Mais de 50% dos americanos já receberam ao menos uma dose de vacinas contra o coronavírus, enquanto este índice na África é de 2%. Agora que a campanha americana já está avançada, o governo adota medidas na chamada diplomacia das vacinas, a exemplo do que já faziam China e Rússia.
Biden deve anunciar o plano na reunião do G7 no Reino Unido nesta semana, em meio a pedidos crescentes para que os Estados Unidos e outros países ricos desempenhem um papel mais substancial no aumento do fornecimento global de vacinas. Biden disse a repórteres na quarta-feira, ao embarcar no Força Aérea Um para a Europa, que anunciaria sua estratégia global de vacinas.
Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram a doação imediata de 25 milhões de vacinas, a serem seguidas por outras 55 milhões de doses até o fim do mês. As 80 milhões de doses representaram a doação direta mais volumosa já feita por um único país, somando acordos bilaterais e pelo Covax, o consórcio liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ainda assim, representaram menos de 2% da quantia necessária para vacinar todas as pessoas nos países de renda baixa e média do mundo, segundo um levantamento da ONG Kaiser Family Foundation.
Na viagem de uma semana à Europa, a primeira viagem internacional desde que assumiu a Casa Branca, Biden pretende reivindicar uma posição para os Estados Unidos, após o desgaste nas relações transatlânticas durante o governo de Donald Trump. A vacina é um dos itens que estarão em pauta, assim como a criação de um imposto global sobre grandes corporações e uma aliança internacional frente à China.
A oferta de vacinas, neste sentido, é um gesto de que os Estados Unidos estão dispostos a atuar a favor da comunidade internacional. Ainda assim, pairam desconfianças entre os europeus para os objetivos de mais longo prazo de Biden, que entendem que a política americana tornou-se muito polarizada e permanece o risco do retorno de Trump em 2024.
A Casa Branca não quis comentar e a Pfizer não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do Whashington Post.
Com informações do Extra