Uma "moda" que marcou os primeiros meses da pandemia foi a limpeza constante das mãos e de superfícies, corrimões, maçanetas, objetos de uso pessoal e compras de supermercado.
Itens de limpeza, como o álcool 70%, o álcool em gel, o desinfetante e a água sanitária tiveram um crescimento significativo — segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla), esse mercado cresceu 13% no Brasil durante o primeiro semestre de 2020, com destaque para um aumento de 67% na venda de produtos à base de álcool.
E esse interesse todo tinha a ver com as recomendações dos especialistas e das agências públicas, que apontavam a desinfecção como uma das principais medidas preventivas contra a covid-19.
Com o tempo, essa ideia perdeu muita força, conforme se observou a relevância dos aerossóis na transmissão do coronavírus.
Como você viu mais acima, as gotículas de saliva com coronavírus não necessariamente se depositam nas superfícies, mas ficam pairando no ar e podem ser aspiradas.
É importante continuar higienizando as mãos, mas esse não deve ser a principal (ou a única) forma de prevenção contra a covid-19.
Atualmente, muitas instituições, como o CDC americano, ainda consideram o contato com objetos contaminados como uma possível fonte de infecção, mas admitem que a probabilidade de isso acontecer na prática é baixíssima.
Que fique claro: a higiene das mãos e do ambiente é sempre uma atitude bem-vinda, inclusive para prevenir outras doenças infecciosas.
Mas quando falamos de vírus respiratórios, existem outras ações mais importantes, sobre as quais deveríamos focar mais as nossas atenções.
É o caso, por exemplo, de usar máscaras de melhor qualidade, de evitar aglomerações e de caprichar na circulação do ar pelos ambientes — o que nos leva, aliás, ao nosso próximo tópico.