Com prova marcada para 30 de março, o concurso da Caixa Econômica Federal poderá ser um dos mais disputados da história. Em fevereiro, o órgão informou que recebeu 1.921.723 de inscrições, sendo 1.887.376 somente para o cargo de técnico bancário novo (nível médio).
Ele acontecerá pouco depois do concurso do Banco do Brasil para escriturário, também de nível médio. E, segundo especialistas, é possível aproveitar o conteúdo estudado para aquela prova na reta final da preparação para a Caixa.
Segundo professores consultados, os mesmos conteúdos de língua portuguesa, matemática, raciocínio lógico, atendimento e conhecimentos bancários vistos para o concurso do BB podem ser aproveitados para o da Caixa.
Em língua portuguesa, Aline Aurora, professora do Gabarita Português, ressalta que o conteúdo será o mesmo, mas a cobrança das bancas é diferente. "O Cespe costuma cobrar muitas questões que exigem do candidato compreensão do texto não só global, mas também estrutural e semântica."
"Na prova do Banco do Brasil, as perguntas de português tiveram interpretação de texto e as de raciocínio lógico e matemática foram bastante tematizadas com cálculos cotidianos da rotina de um banco, tendência que pode se repetir na Caixa", afirma Fernando Bentes.
Segundo ele, a Caixa também vai cobrar um tópico que não apareceu na prova do BB: a redação oficial, uma padronização da norma culta definida em um manual da Presidência da República.
Outros temas
A prova da Caixa é organizada pelo Cespe/UnB e, além de português, deverá envolver as seguintes disciplinas em conhecimentos básicos: matemática, raciocínio lógico, atualidades, ética e legislação específica.
Em conhecimentos específicos, as disciplinas são atendimento e conhecimentos bancários (exceto para os polos de tecnologia da informação) e tecnologia da informação e conhecimentos bancários (para os polos de tecnologia da informação).
Em conhecimentos bancários, Sistema Financeiro Nacional, produtos bancários, mercados imobiliários, títulos de crédito rural e regulamentações do Banco Central podem cair na prova do dia 30. Juliana Pivotto, sócia do Grupo Nova Concursos, explica que a Caixa cobra mais tópicos de conhecimentos bancários do que o BB. "Agora o candidato pode focar nas disciplinas em que a Caixa exige mais", aconselha.
Na disciplina de atualidades, Fernando Bentes acredita que a Caixa cobrará conhecimentos de meio ambiente, relações internacionais, movimentos sociais, economia, energia e política.
Em legislação específica, conhecimentos de direito administrativo e leis referentes a serviços públicos prestados pelo órgão na assistência social e em garantias trabalhistas devem ser cobrados.
Para Carlos Arthur Newlands, professor do Concurso Virtual, questões sobre as atribuições e competências do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central também estarão presentes no concurso da Caixa.
"Arrisco apostar que entre os 50 itens de conhecimentos bancários cerca de 10 serão sobre esse tópico. Ele deve ser mais aprofundado (do que no BB), pois o nível de exigência e de profundidade das provas do Cespe será maior", completa.
Pontuação e estilo da banca
A pontuação das disciplinas é uma das grandes diferenças entre os dois concursos. Segundo Bentes, a Cesgranrio, que fez o concurso do Banco do Brasil fracionou os pontos e deu importância semelhante a todas as disciplinas na prova. Já o Cespe vai valorizar as provas de língua portuguesa e de conhecimentos específicos, que vão valer 168 pontos.
"O BB selecionou um candidato com formação geral mais completa enquanto a Caixa está realizando uma seleção mais técnica, para ter um candidato com noções completas das funções que desempenhará no cargo", ressalta Bentes. Reforçando essa tendência, a prova de redação da Caixa valerá apenas 20 pontos, quanto a do Banco do Brasil valia 100 pontos.
Enquanto a Cesgranrio trouxe perguntas com alternativas, o Cespe/UnB utiliza o formato de certo ou errado, em que se o candidato erra, perde um ponto, anulando outra questão que já tenha acertado.
"A Cesgranrio é uma banca que formula as questões de maneira mais tradicional e literal do que o Cespe, que formula questões assertivas que devem ser interpretadas e julgadas", afirma Rodrigo Menezes, diretor do Concurso Virtual.