Sem concurso para provimento de novos postos desde 1985 e com uma pauta de reivindicações que já dura mais de uma década, a Imprensa Nacional ainda não tem previsão de uma resposta efetiva do governo. A negociação anda a passos tão lentos que, em audiência pública realizada para discutir o assunto, ontem, na Câmara dos Deputados, nenhum dos convocados do Executivo ? a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o representante do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça ? compareceu.
A primeira promessa de que o plano de carreira seria criado veio em 2004, segundo o diretor-geral da Imprensa Nacional, Fernando Tolentino. Sem os cargos definidos, explica ele, é impossível ao órgão realizar concursos. ?Não temos como fazer um edital, dizer aos novos servidores onde eles vão atuar, o que vão fazer?, explicou.
Como a última seleção foi feita há quase 30 anos, boa parte do quadro de pessoal da Imprensa já se aposentou, lembra Tolentino. Entre os 286 servidores que restaram, pelo menos 80 ? ou seja, 30% do efetivo ? já têm idade para fazer o mesmo, mas continuam trabalhando com o abono permanência do governo.
Ausência
?É um quadro de idosos, que constantemente tiram licenças de saúde ou pedem afastamento?, comenta. ?E quem trabalha com abono permanência acaba fazendo-o por boa vontade. Assim que decidir, pode simplesmente se aposentar de um dia para o outro. Se isso acontece, o nosso trabalho fica ainda mais defasado?, completou o diretor-geral da Imprensa Nacional. Complementam o efetivo, ainda, servidores cedidos de outros órgãos e comissionados.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, o secretário Sérgio Mendonça não compareceu à audiência pública porque está em negociação de novos concursos. Além disso, a pasta informou que plano de carreira é competência de uma outra secretaria, a de Gestão Pública. A reportagem procurou a divisão para saber como andam as negociações, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
» Centrais sindicais fazem ato em SP
As centrais sindicais (CSB, CUT , CTB , Força Sindical, UGT, CSP/Conlutas, CGTB e NCST) farão, no próximo dia 7, às 10h, um ato unificado durante as comemorações da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, em São Paulo (SP). A data é marcada pelos pedidos por respeito aos direitos trabalhistas em todo o mundo. No Brasil, o tema neste ano é a crise econômica e o desemprego, que afetam 75 milhões de jovens no planeta. Os sindicalistas se concentrarão na Praça Osvaldo Cruz, em São Paulo, de onde seguem para a sede da Federação das Indústrias do estado (Fiesp).