O Ministério Público Federal recomendou a suspensão por 60 dias do concurso da Polícia Rodoviária Federal para 750 vagas até que sejam apuradas as denúncias de supostas fraudes. A Funrio e PRF acataram a recomendação na terça-feira (24). A Procuradoria da República no Rio de Janeiro instaurou procedimento para investigar as denúncias
. O caso está agora com o procurador Carlos Alberto Bermond. Nenhum resultado de prova será divulgado até a conclusão da investigação, segundo a assessoria de imprensa da Funrio. O resultado da redação, que estava previsto para ser informado na terça-feira, não foi divulgado. De acordo com a assessoria de imprensa da Funrio, a entidade está empenhada em descobrir os motivos das ocorrências de irregularidades.
Veja nota oficial da Funrio:
“A FUNRIO e a PRF acataram a recomendação do Ministério Público Federal, para que o concurso público de provisão de cargos para a Polícia Rodoviária Federal, realizado no dia 18 de outubro, seja suspenso pelos próximos 60 dias. Neste período, serão intensificadas, juntamente com o MPF, as investigações relativas às supostas tentativas de macular o concurso.
As primeiras conclusões da investigação interna realizada pela FUNRIO já apontam o “modus operandi” e permitem a conclusão prévia de que não houve, em definitivo, o vazamento de nenhum dos 100 tipos de gabaritos diferentes utilizados pela organizadora e nem a contaminação do concurso. A FUNRIO reafirma o compromisso assumido com os candidatos e continua empenhada em descobrir a verdade. A organizadora não vai poupar esforços em colaborar com todas as informações junto ao Ministério Público para identificar os responsáveis e, assim, poder dar prosseguimento ao certame.”
Além da recomendação do MPF, a 6ª Vara Federal do Rio de Janeiro decidiu, por meio de liminar, suspender o concurso para a Polícia Rodoviária Federal. A juíza federal Regina Coeli Formisano atendeu ao pedido contido em ação civil pública impetrada pela Defensoria Pública da União.
Na ação, a Defensoria denuncia fraudes na elaboração da prova e dificuldades de acesso aos candidatos ao local do exame, situado em zona de conflito entre traficantes e policiais. A magistrada concluiu que as informações sobre o local de realização da prova estavam confusas e que houve equívocos no edital que vislumbrava a possibilidade de mais de uma inscrição por candidato.
A Funrio informou que a decisão de suspender o concurso foi tomada antes da liminar da Justiça Federal. Denúncias Entre as denúncias encaminhadas pelo juiz federal William Douglas à Procuradoria desta vez estão cópias de cartões de resposta de candidatos nas primeiras colocações com erros de preenchimento, indicações de que os primeiros colocados fizeram a prova em salas extras e de que alguns candidatos bem classificados já teriam passado em concursos anteriores da Funrio, organizadora do concurso.
Investigações preliminares da Funrio, segundo a assessoria de imprensa da instituição, provaram que não houve vazamento da prova nem do gabarito. Ainda de acordo com a assessoria, o relatório com o resultado dessas investigações será encaminhado para o MPF.
A Funrio dediciu eliminar 27 candidatos que haviam sido classificados na lista preliminar do exame do resultado final divulgado na madrugada do dia 12 de novembro. As eliminações ocorreram por irregularidades nos cartões de resposta e suspeita de fraude. A maioria dos eliminados tinha as melhores notas. A lista com o resultado final do concurso está no site da Funrio (www.funrio.org.br).
Entre os eliminados estão os 13 candidatos com melhores notas do Rio de Janeiro, os três primeiros de São Paulo e os dois primeiros de Minas Gerais. Os demais eliminados são de diversos estados, disse a Funrio. Apesar da suspeita de fraude, a Funrio diz que não há indícios de vazamento de prova nem de gabarito e abrirá uma sindicância interna para apurar os motivos das irregularidades.
O relatório da sindicância, que deve ficar pronto de 10 a 15 dias, será encaminhado para a Polícia Federal. No total, 109.793 candidatos se inscreveram para as 750 vagas do concurso, que exige nível superior.