57% dos pilotos já cochilaram a bordo sem querer, diz pesquisa de emprego

Pesquisa foi feita pela Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil

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Cerca de 57% dos pilotos da aviação comercial brasileira já cochilaram sem querer durante voos nacionais, segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac). Em voos internacionais, a proporção é ainda maior: 70% dos pilotos ouvidos disseram já ter dormido sem querer.

A proporção de pilotos que disseram não ter cochilado mas que conhecem algum colega que já o fez também é alta: 20% entre os que fazem voos nacionais e 15% entre os internacionais. A pesquisa colheu respostas de 1.235 pilotos da aviação regular por meio de um questionário.

?Esse dado é muito relevante; entre os pilotos de rota nacional, os voos normalmente são mais curtos e consequentemente mais dinâmicos?, diz a pesquisa. ?Nesse contexto, um cochilo não intencional pode ser extremamente perigoso. No entanto, em ambos os voos, não permanecer em vigília quando lhe é solicitado é algo perigoso, pois em uma situação de emergência ou inesperada, um tempo de reação rápido é essencial para não se cometer erros?.

Segundo o levantamento, um grande problema entre os pilotos brasileiros é a irregularidade do turno de trabalho, e que envolve o trabalho noturno, agravando ainda mais a situação de desgaste.

?Um trabalho em turnos irregulares dificulta a organização da vida social desses trabalhadores, o que pode refletir em sua saúde mental, além de sua saúde física. Neste contexto, mesmo considerando que a legislação atual sobre a regulamentação da jornada de trabalho esteja sendo respeitada, essa irregularidade dos horários de trabalho, associada às folgas simples ou duplas que não incluem o final de semana, são agravantes nas questões relacionadas ao sono e consequentemente à saúde?, diz a pesquisa.

Os pilotos ouvidos apontaram que os fatores que mais causam cansaço são os horários de trabalho, as longas jornadas, o trabalho noturno e o pouco tempo de descanso entre as jornadas.

?Outro fator que merece destaque é o número de noites consecutivas de trabalho, que em média é em torno de quatro noites. De acordo com os estudos da área, o risco de incidentes/acidentes em se trabalhar quatro noites consecutivas é em torno de 36% maior em relação a apenas uma noite de trabalho noturno?, diz a pesquisa.

O G1 procurou a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) para comentar o resultado da pesquisa, mas não obvete retorno até a última atualização desta reportagem.

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