O deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e outros 31 coautores apresentaram um projeto de lei no Congresso Nacional propondo a concessão de anistia aos participantes de manifestações políticas ocorridas entre 30 de outubro de 2022 e a data de entrada em vigor da lei. O objetivo da proposta é mitigar as punições atribuídas a esses manifestantes e promover a reconciliação no cenário político.
O projeto, encampado por um grupo de deputados, busca extinguir a punibilidade das condutas supostamente injustas atribuídas aos participantes das manifestações de insatisfação com o resultado das eleições presidenciais. De acordo com a justificativa apresentada, muitos participantes dessas manifestações foram presos provisoriamente, sendo que centenas tiveram suas prisões convertidas em preventivas.
A manifestação ocorrida em 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi citada como um exemplo das numerosas prisões ocorridas em todo o país. As condutas atribuídas aos manifestantes variaram desde destruição de patrimônio público e vandalismo até associação criminosa e incitação de animosidade contra os Poderes constitucionais.
O projeto de lei propõe a anistia para todos os participantes das manifestações com motivação política e/ou eleitoral, abrangendo crimes políticos e/ou eleitorais, bem como outros crimes definidos no Código Penal. No entanto, crimes considerados hediondos, como a prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes, crimes contra a vida e outros específicos mencionados no projeto não seriam abrangidos pela anistia. Para embasar a justificativa, os parlamentares recorrem até mesmo às declarações de Lula durante a posse, em que o presidente pautou a unificação do país.
A justificativa do projeto destaca a necessidade de um tratamento excepcional para os participantes das manifestações, com o objetivo de promover um clima de reconciliação e apaziguar os ânimos acirrados após os eventos de 2022. A proposta busca, de acordo com os autores, evitar um clima de revanchismo e promover o perdão soberano como forma de superar as divergências e conflitos políticos.