PF faz operação para prender cúpula da PM por crimes contra democracia

Agentes cumprem 7 mandados de prisão e 5 de busca e apreensão. Outros membros e ex-membros da cúpula da PMDF também são alvos da operação

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF), realizam na manhã desta sexta-feira (18) a execução de sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão contra atuais e ex-integrantes da alta hierarquia da Polícia Militar do Distrito Federal.Policiais federais em frente ao apartamento do comandante-geral da PMDF - Foto: Reprodução

A Operação Incúria deriva da denúncia feita pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, sob a coordenação do subprocurador Carlos Frederico Santos, apresentada ao Supremo Tribunal Federal. De acordo com a PGR, a cúpula da Polícia Militar teria se abstido de intervir para conter atos de vandalismo direcionados às sedes dos Três Poderes devido à afinidade ideológica com os manifestantes envolvidos em atividades golpistas.

Os alvos das medidas são os oficiais:

Fábio Augusto Vieira

Klepter Rosa Gonçalves (atual comandante-geral da PM do DF)

Jorge Eduardo Barreto Naime

Paulo José Ferreira de Souza Bezerra

Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues

Major Flávio Silvestre de Alencar

Tenente Rafael Pereira Martins

O coronel Jorge Naime e o major Flávio Silvestre de Alencar já foram detidos.

O comandante-geral da PMDF, Klepter Rosa, durante entrevista coletiva para detalhar o plano de segurança para manifestações previstas do Distrito Federal, em imagem de janeiro de 2023 — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

A todos eles são imputados crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, vandalismo contra patrimônio tombado e transgressões à Lei Orgânica e Regimento Interno da PM. Após sete meses de apuração, a PGR constatou que os PMs começaram a trocar mensagens de cunho golpista e a disseminar informações falsas antes do segundo turno das eleições presidenciais do último ano.

Os procuradores reuniram indícios de que a cúpula da PM inseriu agentes de inteligência entre os manifestantes para obtenção de informações e estava plenamente ciente da envergadura e gravidade dos eventos planejados para o dia 8 de janeiroDocumentos e registros de mensagens em posse da PGR contradizem a versão apresentada pelos membros da alta hierarquia da PM do DF, alegando falhas no sistema de inteligência do Distrito Federal em alertar a corporação quanto ao risco de invasão das instalações dos Três Poderes.

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