O mar que era cenário de liberdade para Victor Cipriano Vilela, de 30 anos, se tornou palco de despedida. O instrutor e atleta de kitesurf morreu afogado durante uma competição na Praia de Tatajuba, litoral Oeste do Ceará, no último sábado (20).
Natural de Uberlândia (MG), Victor trocou o cerrado pelo vento forte do Nordeste há oito anos. No Ceará, fez da paixão pelo kitesurf sua vida e sua profissão.
“Veio de Minas, mas encontrou no mar do Ceará a extensão do seu espírito livre. O kite nos céus era sua dança, o vento seu parceiro, a água sua poesia”, escreveu a irmã, Dayane Cipriano, em uma homenagem comovente.
Para ela, o irmão era energia em pessoa. Amor, bondade e perseverança em forma de gente. “Ele era luz, uma chama que iluminava onde passava. Um coração que só sabia dar do bom e do melhor. Uma alma boa que partiu cedo, porque os corações puros não se prendem”, completou.
A família viajou ao Ceará para providenciar o traslado do corpo. O sepultamento será em Uberlândia.
O acidente
Victor participava do Tatajuba Kite Festival 2025 quando a linha do kite se enrolou em seu pescoço. Ele caiu e não conseguiu se recuperar. O caso está sob investigação da Delegacia de Camocim.
Diante da tragédia, a organização cancelou o campeonato e publicou uma nota de pesar: “Estamos consternados. Nossa solidariedade e respeito estão com os envolvidos”.
Mas o episódio também levantou críticas. Participantes e espectadores relataram nas redes sociais a falta de itens básicos de segurança, como moto aquática, socorristas, guarda-vidas e UTI móvel — recursos previstos em protocolos internacionais para competições em mar aberto.