Um ano e dois meses após ser afastado da Polícia Civil do Ceará (PCCE) por circular armado usando camisa da Instituição, bermuda e chinelo, o delegado Ivanildo Alves dos Santos, voltou a ser alvo de investigação. Desta vez, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) apura a atuação dele como motorista de aplicativo durante o período em que estava afastado preventivamente do cargo.
A nova investigação foi oficializada com a abertura de uma sindicância publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 10 de julho. Segundo a publicação, há indícios de que o delegado teria trabalhado como motorista de aplicativo no mês de outubro de 2024, contrariando o afastamento determinado pela corporação.
Ainda segundo o documento da CGD, Ivanildo não aceitou a proposta de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que lhe foi oferecido. A Controladoria lembra que, conforme o Estatuto da Polícia Civil do Ceará, os servidores da corporação devem cumprir regime de tempo integral, já que exercem funções relacionadas à segurança pública.
Voltou a receber salário
Conforme o Portal da Transparência do Governo do Ceará, em abril de 2025, o delegado voltou a receber gratificações por Reforço Operacional Extraordinário, o que comprovam o retorno à atividade operacional.
R$ 26,9 mil foi o salário líquido do delegado Ivanildo dos Santos, em maio de 2025. Estão inclusos, nesse valor, o adiantamento do 13º salário, Gratificação de Reforço Operacional Extraordinário e pagamento pelo cumprimento das Metas Integradas de Segurança Pública.
abertura da sindicância
A CGD afirma que a conduta do delegado pode configurar, em tese, descumprimento de deveres funcionais e outras infrações disciplinares previstas no estatuto que rege os policiais civis. A abertura da sindicância visa apurar de forma mais detalhada as circunstâncias e possíveis consequências da atuação do servidor fora das normas estabelecidas.
Por meio de seu advogado, Kaio Castro, a defesa de Ivanildo afirma que ele não aceitou o TAC justamente por confiar na apresentação de provas e explicações durante o contraditório. Segundo a defesa, não há nenhuma medida decretada contra o delegado até o momento, e a expectativa é de que as acusações sejam afastadas no decorrer do processo.