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Delegado flagrado armado e de bermuda, é investigado por trabalhar como motorista de app

O servidor público estaria fazendo corridas em aplicativos de transporte, em outubro de 2024, enquanto estava afastado da função na Polícia Civil do Ceará

Delegado Ivanildo Alves dos Santos, em abril de 2024, após uma foto em que o servidor aparece armado, de uniforme, bermuda e chinelo, repercutir nas redes sociais | Foto: Reprodução
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Um ano e dois meses após ser afastado da Polícia Civil do Ceará (PCCE) por circular armado usando camisa da Instituição, bermuda e chinelo, o delegado Ivanildo Alves dos Santos, voltou a ser alvo de investigação. Desta vez, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) apura a atuação dele como motorista de aplicativo durante o período em que estava afastado preventivamente do cargo.

A nova investigação foi oficializada com a abertura de uma sindicância publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 10 de julho. Segundo a publicação, há indícios de que o delegado teria trabalhado como motorista de aplicativo no mês de outubro de 2024, contrariando o afastamento determinado pela corporação.

Ainda segundo o documento da CGD, Ivanildo não aceitou a proposta de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que lhe foi oferecido. A Controladoria lembra que, conforme o Estatuto da Polícia Civil do Ceará, os servidores da corporação devem cumprir regime de tempo integral, já que exercem funções relacionadas à segurança pública.

Voltou a receber salário

Conforme o Portal da Transparência do Governo do Ceará, em abril de 2025, o delegado voltou a receber gratificações por Reforço Operacional Extraordinário, o que comprovam o retorno à atividade operacional.

R$ 26,9 mil foi o salário líquido do delegado Ivanildo dos Santos, em maio de 2025. Estão inclusos, nesse valor, o adiantamento do 13º salário, Gratificação de Reforço Operacional Extraordinário e pagamento pelo cumprimento das Metas Integradas de Segurança Pública.

abertura da sindicância

A CGD afirma que a conduta do delegado pode configurar, em tese, descumprimento de deveres funcionais e outras infrações disciplinares previstas no estatuto que rege os policiais civis. A abertura da sindicância visa apurar de forma mais detalhada as circunstâncias e possíveis consequências da atuação do servidor fora das normas estabelecidas.

Por meio de seu advogado, Kaio Castro, a defesa de Ivanildo afirma que ele não aceitou o TAC justamente por confiar na apresentação de provas e explicações durante o contraditório. Segundo a defesa, não há nenhuma medida decretada contra o delegado até o momento, e a expectativa é de que as acusações sejam afastadas no decorrer do processo.

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