
O cachorro Scooby, resgatado pela polícia na última quinta-feira (27) em Fortaleza, passou por um doloroso processo de recuperação após ter 2,9 kg de pelos sujos e endurecidos retirados do corpo. A condição do animal era crítica: ele estava anêmico, infestado de parasitas e com a pele necrosada devido ao peso da pelagem. A tutora, uma mulher de 47 anos, foi presa em flagrante por maus-tratos.
Resgate e estado de saúde crítico
Scooby foi encontrado em uma residência no bairro Praia de Iracema após denúncias anônimas. O animal estava abandonado em um corredor externo, sem acesso a água ou comida. Após o resgate, foi levado para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e, em seguida, encaminhado ao abrigo Anjos da Proteção Animal (APA), que o internou em uma clínica veterinária.
O veterinário responsável pelo caso identificou anemia, infecção na pele e miíase, uma infestação de larvas de moscas. Além disso, Scooby apresentava nódulos de sangue causados pelo peso dos pelos endurecidos.
Veja o vídeo:
Processo de tosa e recuperação
Devido ao estado grave da pele, Scooby precisou ser anestesiado para a retirada dos pelos. O processo foi realizado com tesouras, pois as máquinas não conseguiam atravessar a pelagem endurecida. Apesar da remoção de quase 3 kg de pelo, a tosa precisou ser interrompida porque o cachorro estava muito debilitado.
“O animal estava cheio de pulgas e carrapatos, com a pele toda necrosada por conta do peso do pelo”, relatou Stefani Rodrigues, fundadora do APA. Segundo ela, Scooby precisou de anestesia inalatória para suportar a tosa.
Tutora pode pegar até 5 anos de prisão
Na delegacia, a tutora afirmou que o cachorro, supostamente com 14 anos, não era tosado porque era bravo e atacava tosadores. Porém, veterinários estimam que Scooby tenha apenas seis anos e que não apresentou comportamento agressivo durante o resgate.
A mulher foi autuada por maus-tratos e permanecerá presa até a audiência de custódia. Se condenada, pode pegar de dois a cinco anos de prisão.
Enquanto isso, Scooby segue sob os cuidados do APA, que acolhe cerca de 600 animais. O abrigo recebe doações para custear o tratamento do cachorro por meio de suas redes sociais.