Uma sucuri foi flagrada logo após engolir uma capivara no Rio da Prata, localizado entre os municípios de Bonito e Jardim, na Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul. O registro, feito na manhã de segunda-feira (20), chamou atenção pela clareza das imagens e pela tranquilidade do animal nas águas cristalinas, cenário típico da região turística.
O vídeo foi gravado pelo fotógrafo subaquático Pedro Boyka, que já acumula outras experiências com a fauna local. Boyka contou que o encontro foi um dos mais marcantes que já viveu em seu trabalho.
“Já tive contato várias vezes com as sucuris, é um animal lindo! [Nesse dia,] ela tinha predado uma capivara!”, relatou. O profissional explicou que, apesar do tamanho e da fama assustadora, a serpente se manteve calma durante todo o tempo.
VEJA O VÍDEO:
A rotina do fotógrafo e o encanto da natureza
Trabalhando há anos na região de Bonito, Pedro Boyka costuma registrar a vida selvagem debaixo d’água e afirma que cada mergulho pode revelar algo surpreendente. Ele destacou que momentos como esse reforçam o encanto da natureza local.
“Observar a sucuri em ação foi impressionante. Trabalhar em um destino turístico como esse proporciona experiências únicas”, afirmou o fotógrafo, que também compartilhou o vídeo em suas redes sociais.
Bonito é conhecido mundialmente por seu turismo ecológico e rios de visibilidade extrema, que permitem a observação da vida aquática de forma segura e sustentável. O flagra reforça a importância da preservação dos ecossistemas da Serra da Bodoquena, onde sucuris e outros animais coexistem com o fluxo constante de visitantes.
Curiosidades sobre as sucuris
Apesar da fama de perigosas, as sucuris não representam ameaça aos humanos. Segundo biólogos, não há registros comprovados de ataques dessas cobras a pessoas. Elas são, na verdade, tímidas e evitam o contato com humanos, preferindo recuar diante de qualquer aproximação.
Outro mito comum é o do tamanho exagerado. Embora sejam as maiores serpentes das Américas, os relatos de sucuris com mais de 10 metros são infundados. O maior exemplar comprovado media 8,80 metros e está exposto no Museu de História Natural de Londres.
O comportamento e o habitat da gigante brasileira
As sucuris são semi-aquáticas, passando boa parte do tempo na água ou próximas a margens de rios e lagos. Em regiões turísticas como Bonito, elas costumam se manter afastadas das áreas mais movimentadas, preferindo locais tranquilos com vegetação densa e correnteza leve.
Quando confrontadas, essas cobras optam por fugir em vez de atacar. Sua principal defesa é escapar rapidamente para dentro d’água, onde se movem com agilidade e eficiência. Essa estratégia explica por que os encontros com turistas, embora raros, costumam ser pacíficos e controlados.
A beleza que inspira respeito
O flagrante de Pedro Boyka reforça como a relação entre natureza e turismo em Bonito pode ser harmônica quando guiada pelo respeito e pela preservação. O fotógrafo diz que, mesmo acostumado com a rotina subaquática:
“cada encontro com uma sucuri é uma lembrança da força e da beleza da vida selvagem brasileira”.