Incrível: tubarão engravida a si mesma e tem filhote em tanque na Itália

Se for confirmado por análises de DNA, caso pode ser o primeiro episódio de partenogênese entre tubarões da espécie cação-liso ('Mustelus mustelus')

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Nascida no último dia 14 de agosto, a pequena tubarão Ispera (“esperança”, na língua sarda) pode ser fruto de um processo de reprodução inédito entre tubarões da espécie cação-liso (Mustelus mustelus). A filhote foi concebida de forma assexuada por sua progenitora, que “engravidou a si mesma” em um grande tanque onde vive há mais de dez anos com apenas tubarões fêmeas, no aquário de Cala Gonone, na Itália.

O processo que gerou Ispera é conhecido como partenogênese, é comum em plantas e organismos invertebrados e é opcional em espécies que se reproduzem sexualmente, como ocorre com alguns répteis, peixes e pássaros. Trata-se de uma forma natural de reprodução sem sexo em que os embirões se desenvolvem mesmo na ausência de fertilização: uma vez que o material genético provém apenas de uma fêmea, o feto se torna uma espécie de “clone” de sua mãe.

Tubarão engravida a si mesma (Foto: reprodução)

Um dos mecanismos mais comuns que permitem a ocorrência da partenogênese é a fertilização de uma célula-ovo imatura, que se comporta como um espermatozoide. O processo pode ser vantajoso para populações de densidade muito baixa, em que as fêmeas têm poucas chances de encontrar parceiros.

Entre tubarões, no entanto, o método é considerado raro — e pode ser inédito entre os cações-liso. “Se confirmado por análise de DNA, seria a primeira partenogênese documentada de Mustelus mustelus no mundo”, afirma o aquário de Cala Gonone, em comunicado nas redes sociais.

Fêmea de tubarão se reproduz sem macho após passar anos sozinha

A avaliação do material genético da tubarão Ispera irá determinar se a filhote foi de fato concebida por partenogênese, assim como uma tubarão-zebra (Stegostoma fasciatum) que, em 2016, deu à luz a três filhotes após passar 13 anos sem contato com machos, na Austrália.

Para os biólogos do aquário, o caso pode abrir caminho para pesquisas destinadas a investigar se a partenogênese é um processo que o tubarão cação-liso também utiliza na natureza, bem como os mecanismos que estariam por trás de tal escolha reprodutiva. "Ispera, o nome escolhido para a filhote, significa esperança na Sardenha [ilha italiana] e um nascimento na era de Covid é certamente assim", afirma o aquário Cala Gonone

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