Há um mês, um filhote de onça-parda (Puma concolor) chegou ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Teresina, em estado crítico. O animal foi resgatado por um morador na localidade Rodeador, zona rural de Nazaré do Piauí, a 270 quilômetros ao sul da capital. Desnutrida, estressada e amarrada a um galho com uma corda apertada no pescoço, a pequena felina mal conseguia se movimentar ou se alimentar.
Com cerca de cinco meses, a oncinha pesava apenas 4 kg ao chegar ao CETAS em 26 de agosto de 2025, apresentando desidratação, anemia, ectoparasitas e score corporal 0, em alto risco.
REABILITAÇÃO
Iniciou-se um trabalho de reabilitação com medicamentos, fluidoterapia e dieta especial, em cuidados constantes. Um mês depois, o filhote já pesava 10,1 kg, com comportamento ativo, asselvajado e em plena recuperação.
A médica veterinária Rita de Cássia, responsável pelo acompanhamento clínico, explica que o tratamento foi decisivo para a sobrevivência do filhote.
Ela chegou muito debilitada, em estado crítico. Nosso foco foi garantir hidratação, suplementação nutricional e reduzir o estresse. Hoje, vemos uma oncinha mais forte, ganhando peso e mantendo características selvagens, o que é fundamental para o futuro processo de reabilitação, destacou.
PREPARAÇÃO PARA A SOLTURA
Com a evolução, o próximo passo será transferi-la para um recinto maior, permitindo mais movimentação e preparação para etapas futuras da soltura. A gerente de fauna e proteção animal da Semarh, Danielle Melo, reforça que o resgate também alerta sobre os impactos da ação humana.
A história dessa oncinha mostra como queimadas e maus-tratos podem colocar em risco a vida de animais silvestres. Mas também evidencia o papel do CETAS e da Semarh em garantir acolhimento, tratamento e, sempre que possível, a devolução desses animais à natureza, afirmou.