Você sabia que a cor do catarro pode ser um sinal de alerta? Médica explica

O catarro pode se apresentar nas mais variadas escalas de cores, assim como em diferentes viscosidades e é necessário ficar atento

É preciso ficar atento à cor do muco que produzimos quando estamos gripados | Reprodução/Internet
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Transparente, amarelo-esverdeado, branco-acinzentado, vermelho-roseado, marrom quase preto... O catarro pode se apresentar nas mais variadas escalas de cores, assim como em diferentes viscosidades, quantidades e aparências. Algumas que, às vezes, até nos surpreendem. É justamente nessas horas que bate aquela curiosidade em saber a razão disso. Afinal, essas diferentes características seriam indicativos de que alguma coisa não vai bem?

🚨 Sinal de alerta: de acordo com a médica otorrinolaringologista Daniela Bautista, do Hospital Paulista, há, sim, aspectos que podem ser bastante reveladores e nos ajudar a entender o que acontece no nosso corpo. Mas, claro, é sempre preciso uma investigação mais aprofundada. "O muco que chamamos de catarro é uma barreira que as células que recobrem o aparelho respiratório produzem para hidratar e proteger o corpo contra agressões, como poeira, vírus, bactérias e agentes nocivos. Por ser uma barreira, é fácil pensar que ela aumenta ou muda sua característica frente alguma agressão. Portanto, se aumentar o volume, se estiver mais espessa, alterar a cor ou vier acompanhado de sintomas, é um sinal de alerta", explica.

🤧 Transparente, em volume normal. "Quando está tudo bem, ele costuma ser claro, transparente e não vir em excesso. Entretando, a partir do momento que o volume aumenta, mesmo que ainda transparente, isso pode indicar processos alérgicos ou irritativos, como cheiros fortes, e costuma vir com coceiras e espirros. Já quando associado à prostração, febre baixa e dores, pode indicar algum processo viral, como resfriados ou gripes.”

A profissional explica que a secreção mais espessa pode indicar a presença de células de defesa, combatendo infecções virais e quadro um pouco mais avançado. “Mas, ainda assim, isso não significa necessariamente que seja preciso tratamento com antibióticos, como a maioria dos pacientes acredita", pondera a médica, sempre reforçando que é preciso uma investigação mais aprofundada – o que cabe aos profissionais. 

Secreções esverdeadas ou avermelhadas

O mesmo vale em relação às secreções esverdeadas, que, segundo ela, normalmente, indicam quadros mais longos e vinculados mais frequentemente a infecções bacterianas. “Esse tipo de secreção é mais vinculado a infecções por bactérias. Embora, conforme sempre pondero, seja preciso uma análise conjunta de outros sintomas, como febre, congestão nasal, dores no corpo, falta de ar, dores de cabeça e tosse antes de qualquer conclusão.”

Já em relação às secreções avermelhadas, que são bem menos comuns, mas assustam a gente, a médica afirma que não há motivo para pânico. "Em raros casos, o catarro pode vir associado a laivas de sangue, indicando lesão da mucosa com comprometimento de vasos sanguíneos. Mas isso não necessariamente indica alguma doença grave. O parâmetro principal que sempre deve ser levado em conta antes de recorrer a um especialista são os sintomas associados."

Secreção escura, acastanhada

Quanto às secreções escuras e acastanhadas, a especialista do Hospital Paulista explica que essas costumam aparecer em regiões onde há grande concentração de poluentes e fuligem. Ou, também, entre pessoas que tem o hábito de fumar. "É um indicativo de necessidade de limpeza do corpo e melhoria da qualidade do ar respirado", resume.

Secreção recorrente

Além da questão da cor, da quantidade e aparência, Dra. Daniela destaca que é importante observar a recorrência desses quadros. “Secreção, mesmo clara, mas constante, ou secreção antes clara e que se torna mais amarelada ou esverdeada, devem ser observadas com atenção, especialmente quando se trata de crianças. “Mesmo se a secreção for somente em uma narina, caso tenha odor forte, já pode indicar presença de corpo estranho”, finaliza.

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