Bebês e crianças menores não são capazes de falar o que estão sentindo, muito menos indicar onde dói ou qual é o problema.
Por causa disso, a infância é uma fase que requer cuidados redobrados e muita atenção aos sinais que o corpo dá. Diante disso, cabe aos pais averiguar o que está acontecendo junto ao pediatra.
Uma das principais queixas nessa fase da vida são as alergias e descobrir a origem do caso pode ser um verdadeiro desafio.
Embora os processos alérgicos possam aparecer em qualquer faixa etárias, eles, normalmente, surgem na infância, quando o sistema imunológico ainda está em formação e alguns estímulos mais agressivos acabam determinando um quadro de alergia.
“A alergia é quando nosso sistema imunológico reage de forma muito exagerada a alguma substância que entrou em contato com o nosso corpo, seja por via aérea, por contato na pele ou por ingestão de alimentos. Com o crescimento e desenvolvimento, algumas alergias tendem a ficar mais leves e até desaparecem”, conta a pediatra especialista em Pediatria e Alergia, Felícia Szeles.
Então, um processo alérgico consiste na reação do nosso organismo ao se deparar com o agente causador e esse quadro pode ser suavizado ou até mesmo sumir na fase adulta. Mas, de onde vem a alergia? Por que alguns corpos consideram algo como alérgeno e outros não?
Predisposição genética
Segundo a médica, a predisposição genética influencia diretamente no surgimento da alergia. Assim, ela diz que os pais alérgicos aumentam substancialmente as chances dos filhos possuírem a mesma condição. Se um genitor tiver alergia, a criança terá 40% se chances a mais de apresentá-la. Enquanto que se ambos forem alérgicos, o índice dobra, passando para 80%.
“Além disso, outros fatores influenciam, como a vida em grandes centros onde os ambientes são fechados, pouco ventilados e arejados, propiciando o acúmulo de ácaros. Pensando em alergia alimentar, cesarianas, falta de aleitamento materno, e até mesmo a falta de irmãos podem influenciar”, explica a pediatra.
Apesar de a lista ser grande, Felicia destaca quatro alergias que são as mais comuns em crianças. Saiba quais são e como se manifestam nos pequenos!
Alergia alimentar: é a resposta exagerada do organismo a determinadas proteínas presentes em alimentos, como leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos-do-mar.
Os sintomas mais comuns dessa reação são vômitos, sangramento nas fezes, diarreia, manchas vermelhas na pele, coceira, edema de lábios e olhos e até anafilaxia. Vale lembrar que a reação pode acontecer logo após o consumo ou demorar um pouco para se manifestar.
Esse tipo de alergia tende a melhorar com o decorrer do tempo, sendo necessário ficar longe do alimento responsável até isso acontecer.
Alergia respiratória: asma e rinite são as mais comuns dentro dessa categoria e costumam se manifestar, principalmente, em moradores das cidades grandes, onde há menos espaços arborizados e mais poluição.
A primeira gera tosse seca, falta de ar e chiado no peito. Já a segunda acarreta crises de espirro, coceira no nariz e olhos, coriza e obstrução nasal.
Alergia a insetos: após ser picado, o corpo terá uma reação exagerada, formando pápulas e placas avermelhadas com muita coceira, edemas e vermelhidão. Dependendo do inseto, pode haver sintomas mais graves, como a anafilaxia.
Nesse caso, vale ficar de olho em abelhas, vespas e formigas! Alergia de pele: a chamada dermatite atópica consiste em um processo inflamatório da pele e varia entre melhoras e pioras.
A pele apresenta muita coceira, fica excessivamente ressecada e as lesões podem aparecer no rosto, pescoço e membros superiores e inferiores.
O acompanhamento da criança por um pediatra é indispensável. No caso de identificação de uma alergia, vale ainda buscar um especialista, o alergista infantil, para monitorar o caso de perto.
“A alergia é uma doença crônica que, apesar de não ter cura, pode ser controlada parcial ou totalmente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais chances de controle da doença”, finaliza a médica.