A participante da vigésima terceira edição do Big Brother Brasil, Amanda Meirelles, revelou durante a temporada que tem a mania de arrancar os fios de cabelo ao enfrentar situações de alto estresse. Em uma conversa com Bruna Griphao, colega de confinamento, a médica disse que já chegou a arrancar até mesmo os pelos dos braços com uma pinça. O distúrbio sofrido por ela atinge entre 1 e 2% da população brasileira, principalmente mulheres entre 20 e 50 anos.
De acordo com a dermatologista Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a tricotilomania é uma desordem comportamental relacionada com a ansiedade e outros problemas emocionais. O distúrbio ocorre quando a pessoa tem um impulso em arrancar os cabelos ou os pelos do próprio corpo. "Muitas vezes, ela pode envolver rituais, quando a pessoa seleciona um fio, ou um número determinado de fios, ou ainda um tipo específico de fio (grossos ou finos, mais claros ou escuros, mais ondulados ou mais lisos) para remover", acrescenta a médica, que afirma que, inclusive, existem indivíduos que utilizam ferramentas para fazer isso, por exemplo, as pinças.
"Geralmente são mulheres, que chegam no consultório do dermatologista se queixando de falhas no couro cabeludo. Algumas delas percebem os impulsos. Outros podem arrancar os fios de maneira automática, durante atividades rotineiras, como por exemplo enquanto assistem televisão. Dessa forma, as falhas aparecem sem que se perceba quando elas começaram", diz.
Como um dos principais prejuízos do distúrbio é o desconforto.,Com ele, também podem surgir outro, entre eles a falha capilar perceptível, a vermelhidão e até mesmo infecções graves. A médica ainda alerta que o distúrbio pode gerar cicatrizes que só podem ser eliminadas com tratamentos profissionais. A condição pode ser desencadeada em qualquer momento da vida, tanto na infância e na adolescência quanto na idade adulta.
Ainda segundo a profissional, em casos emocionais, a pessoa tem consciência de sua mania, porém não consegue resistir ao impulso de arrancar os fios. "Desta forma, podem surgir inúmeras emoções negativas como a frustração (por não conseguir controlar os impulsos), vergonha, medo de ser descoberto, além da insatisfação com a aparência (acarretada pela falta de cabelos em determinadas áreas da cabeça)", pontua.
Segundo Cintia Guedes, as pessoas que sofrem com essa condição também podem apresentar outros comportamentos repetitivos focados no corpo, como onicofagia (roer unhas) e dermatilomania (impulso de causar lesões na própria pele). Como tratamento, é necessário passar em uma consulta com um médico dermatologista, que é o profissional responsável por realizar o diagnóstico. Psicólogos e psiquiatras também são importantes para lidar com essa situação. "No caso de falhas capilares, o dermatologista pode indicar suplementos, medicamentos ou tratamentos como microagulhamento, lasers e infusão de substâncias para estimular o crescimento dos fios", conclui.