Uma reportagem especial do Fantástico (TV GLOBO) exibida neste domingo (20) mostrou casos de pessoas que têm uma condição psiquiátrica severa e rara: o transtorno dissociativo de identidade (TDI). A doença chamou a atenção de usuários da internet e se tornou um dos assuntos mais comentados do Brasil nesta segunda-feira (21).
Mas afinal, o que é o TDI?
O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), conhecido também como Transtorno de Personalidade Múltipla, é uma condição psicológica rara em que uma pessoa apresenta duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos. As personalidades podem alterar o controle sobre o comportamento da pessoa e apresentar características, memórias e até mesmo hábitos diferentes.
O que causa o TDI?
Segundo o site NeuroSaber, especialistas afirmam que o Transtorno Dissociativo de Identidade é causado por um grande trauma sofrido pela pessoa ainda durante a infância. Usualmente, estes eventos traumáticos derivam de abusos sexuais, físicos ou emocionais. Diante dessas circunstâncias, as crianças tendem a desenvolver diferentes identidades como mecanismo de defesa contra a exposição nociva sofrida.
Ainda que a maior parte das situações analisadas decorra desses motivos, o especialista Remy Aquarone, que tem três décadas de experiência em transtornos dissociativos, declara que há outro elemento que desempenha um papel na formação dessa intrincada condição: a carência de uma conexão emocional saudável com um adulto.
Geralmente, quando o elo entre uma criança e um adulto próximo é rompido de maneira súbita devido a eventos como abuso, negligência ou até mesmo o falecimento inesperado do adulto, a criança se vê na posição de "se proteger por conta própria", buscando superar o momento traumático em que se encontra.
Quais são os sintomas de TDI?
- Múltiplas identidades;
- Lapsos de memória;
- Mudanças de comportamento;
- Amnésia traumática;
- Alterações na autopercepção;
- Ansiedade e depressão;
- Autolesões e comportamento de risco;
- Sintomas físicos.
Tratamento
A psicoterapia é o método mais empregado para estabilizar os indivíduos e garantir seu bem-estar. O passo subsequente envolve avaliar as vivências traumáticas, compreender as diversas identidades e desvendar os gatilhos por trás do surgimento dessas personalidades distintas. A comunidade médica ainda não alcançou uma unanimidade em relação aos tratamentos baseados em medicamentos.
No entanto, existem situações em que pacientes utilizam remédios para prevenir momentos iminentes de autodano. Vale ressaltar que todas essas medidas devem ser adotadas mediante prescrição médica e acompanhamento apropriado de um profissional.