Nesta última quarta-feira (3), o sertanejo João Carreiro, de 43 anos, veio a óbito após complicações decorrentes de uma cirurgia no coração. O artista ganhou notoriedade em todo país pela parceria com Capataz e foi considerado uma das vozes mais marcantes de seu gênero musical.
O cantor passou pela cirurgia para trocar uma válvula do coração devido a um sopro no órgão, que é tecnicamente chamado de prolapso. O quadro é um distúrbio em que o sangue flui de maneira anormal nas válvulas cardíacas. O movimento pode ser escutado com um estetoscópio.
De acordo com o cardiologista Carlos Alberto Cordeiro, especialista em reabilitação cardíaca do Hospital do Coração (HCor), cerca de 70% da população é vítima de algum tipo de sopro, que em sua maioria, é inocente, ou seja, não ocasiona nenhuma anormalidade ao organismo.
Quais os sintomas de um sopro cardíaco?
A maioria das pessoas com prolapso da válvula mitral não tem sintomas, é o que diz o Manual MSD de Saúde. Alguns podem apresentar dor torácica, pulso rápido, palpitações (consciência dos batimentos cardíacos), enxaqueca, fadiga e tontura. Há ainda a possibilidade de a pressão arterial cair quando o paciente fica de pé.
O que causa?
Geralmente, a causa é o alongamento excessivo do tecido da válvula devido a uma fraqueza de origem genética. O sopro pode ainda ser desenvolvido por outros distúrbios, como inflamação das articulações do coração, síndrome de Marfan e síndrome de Ehlers-Danlos.
Tratamento
No geral, a condição é tratada com a introdução de medicamentos que promovem o controle da pressão arterial, facilitando o bombeamento do sangue por parte do coração. Além disso, remédios que ajudam a controlar a frequência cardíaca e reduzem o acúmulo de fluído nos pulmões. No caso de João Carreiro, o sertanejo precisou passar por uma cirurgia para trocar a válvula mitral e não resistiu às complicações do procedimento cardíaco.
Riscos de cirurgia no coração
Segundo o site do Ministério da Saúde, as principais complicações de uma cirurgia cardíaca incluem hemorragia, hematoma, edema, infecção e abertura espontânea dos pontos cirúrgicos ou da cicatriz ao longo de sua linha de incisão cirúrgica.
“A cirurgia cardíaca é um grande procedimento cirúrgico, com peculiaridades no pré, intra e pós-operatório que fazem dela uma subespecialidade na cardiologia e anestesiologia. As complicações podem evoluir para uma parada cardíaca e, em seguida, a morte”, destaca o documento do governo.
Contudo, negligenciar a necessidade de uma cirurgia cardíaca é tão perigoso quanto os riscos de passar pelo procedimento. Quando a operação é postergada, complicações e sequelas proporcionadas pela própria doença poderão surgir de forma mais grave.