O cantor Júnior Lima e a esposa, Monica Benini, revelaram nesta terça-feira (22/7) que a filha mais nova, Lara, de 3 anos, foi diagnosticada com síndrome nefrótica, uma condição rara que afeta os rins. Segundo o casal, a notícia pegou a família de surpresa, mas a criança iniciou o tratamento imediatamente e reagiu bem.
O cantor explicou ainda que decidiu compartilhar o diagnóstico para alertar outras famílias sobre a importância de ficar atento aos sinais de saúde e buscar orientação médica o quanto antes.
“O tratamento é muito intenso, com um remédio bem forte, e nem toda criança responde. Mas, graças a Deus, a Lara respondeu bem e está em remissão”, disse Júnior em vídeo publicado nas redes sociais.
O que é a síndrome nefrótica?
A síndrome nefrótica é uma condição que altera o funcionamento dos rins, principalmente os glomérulos, responsáveis por filtrar o sangue. A doença é mais comum em crianças pequenas, entre 1 e 6 anos.
De acordo com a pediatra Suamy Brelaz Goulart, do grupo Mantevida, essa alteração faz com que o organismo perca grandes quantidades de proteína pela urina, provocando sintomas como inchaço, aumento do colesterol e maior risco de infecções. Apesar do nome assustar, a médica ressalta que a maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento.
“Com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, as crianças podem levar uma vida completamente normal”, afirma Suamy.
Quais são os sinais de alerta para os pais?
Exames de sangue e urina podem confirmar o diagnóstico. Os principais sintomas que indicam a necessidade de procurar um médico são:
- Inchaço ao redor dos olhos, nos pés, tornozelos ou barriga;
- Urina espumosa;
- Ganho de peso repentino por retenção de líquidos;
- Cansaço e palidez;
- Perda de apetite.
Como é feito o tratamento?
O tratamento da síndrome nefrótica em crianças geralmente começa com corticoides, como a prednisona, que costumam ter boa resposta na maioria dos casos.
O nefrologista Henrique Carrascossi, que atua em São Paulo, explica que a forma mais comum em crianças é chamada de idiopática, ou seja, sem causa definida.
“Há suspeitas de que infecções virais, alterações imunológicas e predisposição genética possam contribuir para o quadro”, destaca Carrascossi.
Entretanto, nem todas as crianças reagem da mesma forma. Algumas podem ter recaídas frequentes ou resistência ao tratamento, exigindo acompanhamento constante, ajustes na alimentação e prevenção de infecções.
O nefrologista e intensivista André Pimentel, diretor técnico da Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), aponta que cerca de 75% a 80% dos casos respondem bem à terapia com corticoides, especialmente quando há lesões mínimas nos rins. Mas o cuidado não se resume aos medicamentos.
“É essencial tratar o inchaço com diuréticos, controlar o excesso de líquidos no corpo e prevenir eventos tromboembólicos, que podem ocorrer devido à redução do volume de sangue circulante”, explica Pimentel.
Além disso, ele recomenda uma dieta ajustada, com 130% a 140% da ingestão diária de proteínas adequada para a idade da criança, além de exames periódicos para monitorar a evolução do quadro.