Síndrome mão-pé-boca: Sintomas, tratamento e riscos de doença em surto

Os casos da Síndrome Mão-Pé-Boca tiveram um aumento em relação ao ano passado nos três primeiros meses do ano

A doença, que afeta em sua maioria as crianças, não é restrita a elas, e pode acometer adolescentes e adultos | Reprodução: Internet
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Um surto da Síndrome mão-pé-boca tem assustado profissionais da saúde. A doença teve um aumento de 149% no estado de São Paulo neste ano. De janeiro a março, as cidades paulistas registraram 391 epidemias da síndrome viral, que é mais frequente em crianças de até cinco anos. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, foram notificados 157 surtos de mão-pé-boca no mesmo período em 2022. Ao longo de todo o ano passado, foram 387 epidemias da doença registradas pela pasta.

A síndrome sazonal costuma ocorrer mais no outono (entre abril e junho), assim como as doenças respiratórias bronquite e sinusite. A transmissão ocorre por meio de secreções de vias aéreas, gotículas de saliva, via fecal-oral e pelo contato com lesões. O vírus persiste em locais por semanas em temperatura ambiente, o que perpetua o surto. O período de incubação do vírus varia de um a sete dias após a contaminação e ele pode permanecer em secreções da mucosa oral por até duas semanas e na via respiratória de uma a três semanas após a infecção.

A situação é ainda mais grave no Rio Grande do Sul, que até o início de abril já registrava 86 notificações de surtos (quando há mais de três casos em um mesmo local) em 39 municípios, somando 978 casos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde local. O número supera os dados do ano passado no Estado, quando foram registradas 581 confirmações. Cidades de Minas Gerais e Santa Catarina também relataram casos de surto da doença viral.

O que é a síndrome mão-pé-boca?

De acordo com a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, a mão-pé-boca é uma doença causada pelo vírus Coxsackie da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo. A transmissão ocorre por meio de gotículas espalhadas por meio de tosse, espirro ou saliva, pelo uso de objetos compartilhados com alguém que está infectado ou, ainda, pelo contato com fezes de pessoas contaminadas. O consumo de alimentos contaminados ou mal cozidos e o contato direto com as bolhas estouradas também podem ser vias de contágio.

A infecção provoca, dentre outros sintomas, lesões que aparecem mais comumente nas mãos, nos pés e na boca – daí o nome da doença. Pequenas bolhas normalmente surgem em volta da boca, nos pés, pernas e nas mãos, mas também podem surgir na região genital. Na parte interna da boca, podem aparecer manchas vermelhas, com a chance de evoluir para aftas.

De acordo com o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, a criança ainda pode manifestar febre alta no período que antecede o surgimento das lesões e sentir dor e mal-estar. Em alguns casos, é possível ter quadros de vômitos e diarreia, de acordo com o Ministério da Saúde. Geralmente, os sintomas duram até dez dias.

Como evitar a doença viral?

Por ser uma doença viral, a frequência de contágio aumenta com a chegada das estações mais geladas, principalmente pela pouca ou nenhuma ventilação em ambientes fechados. Como prevenção, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo recomenda que se mantenham medidas frequentes de higiene pessoal e também do ambiente frequentado pelas crianças, uma vez que o vírus consegue resistir em um mesmo local por semanas.

Além disso, é indicado que os responsáveis tentem não levar crianças menores de 5 anos em aglomerações durante os períodos de surto e que evitem qualquer ação que tenha o contato das mãos com a boca. O Ministério da Saúde endossa que seja feito o descarte adequado das fraldas e dos lenços de limpeza em latas de lixo fechadas e que, em caso de sintomas, os pais afastem a criança da creche ou escola até o desaparecimento dos sinais da doença.

Ainda não existe vacina para a síndrome, assim como não há uma forma de tratamento exata destinada ao vírus. “O tratamento é feito por meio de sintomáticos, ou seja, a doença vai se resolver sozinha e o tratamento é feito apenas para reduzir os sintomas”, diz Ejzenbaum. “O mais comum é se pegar uma única vez e desenvolver a imunidade”, completa o médico.

A doença regride espontaneamente após cinco ou sete dias. A recomendação é que a criança permaneça em repouso durante o período e consuma alimentos pastosos e bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água são recomendados, uma vez que, devido às lesões, a criança pode sentir dificuldade para engolir. Medicamentos antivirais devem ser usados em casos mais graves.

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