Neste último domingo (13), o cearense Régis Feitosa Mota, de 53 anos, morreu em decorrência de um câncer. A fatalidade ocorreu após o homem perder seus três filhos também para a doença. Régis e seus filhos eram portadores da síndrome hereditária rara Li-Fraumeni (LSF).
A condição que acometia a família é causada por uma mutação genética que aumenta a probabilidade em até 90% na chance de dissolver um tumor maligno até os 70 anos. Desde 2016, o homem de 53 anos recebeu três diagnósticos de câncer, sendo o último um mieloma múltiplo, caracterizado por um tipo de células da medula óssea de nome plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias.
Antes disso, no entanto, ele já havia tratado leucemia e linfoma, não Hodgkin, que estavam estabilizados. A primeira filha a vir a óbito foi Beatriz, a caçula de Régis. Ela tinha apenas 10 anos quando faleceu de leucemia linfóide aguda em 2018. Pedro, de 22 anos, teve cinco diagnósticos de câncer e morreu em 2020 com um tumor no cérebro. E no ano passado, Anna Carolina, de 25 anos, morreu também com um tumor no cérebro, descoberto em 2021. Na infância, ela também tinha tratado leucemia.
Síndrome hereditária Li-Fraumeni (LFS)
A síndrome rara é uma condição genética hereditária que aumenta significativamente o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer em indivíduos afetados e em suas famílias. Essa síndrome foi descrita pela primeira vez na década de 1960. A característica distintiva da LFS é a predisposição hereditária ao câncer, resultante de mutações genéticas específicas que afetam o funcionamento de genes supressores de tumor.
Os genes mais frequentemente associados à LFS são o TP53, que produz uma proteína chamada p53, e outras variantes genéticas associadas a ele. A proteína p53 é conhecida como “guardiã do genoma” porque desempenha um papel fundamental na regulação do crescimento celular e na resposta a danos no DNA. Mutações no gene TP53 podem levar a uma menor capacidade de suprimir o crescimento de células anormais ou danificadas, aumentando assim o risco de câncer.
Os tipos de câncer mais comumente associados à LFS incluem:
- Sarcoma de tecidos moles
- Câncer de mama
- Câncer de cólon
- Câncer de cérebro
- Câncer de adrenal
- Leucemia
Tumores em outras partes do corpo
Devido ao alto risco de desenvolvimento de câncer, é essencial que as pessoas com histórico familiar de LFS ou suspeita da síndrome sejam acompanhadas por profissionais de saúde experientes nessa área.