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Síndrome do pulmão de pipoca: conheça a doença que vem crescendo entre jovens adultos

Rara, sem cura e com evolução discreta, a chamada síndrome do “pulmão de pipoca” tem ganhado atenção ultimamente

Médica analisando um exame | Foto: Freepik
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Rara, sem cura e com evolução discreta, a chamada síndrome do “pulmão de pipoca” tem ganhado atenção, especialmente com o aumento do uso de cigarros eletrônicos entre jovens adultos. Apesar do nome curioso, a condição está longe de ser inofensiva.

Um nome leve para um problema grave

“Pulmão de pipoca” pode soar como algo inofensivo ou até engraçado, mas por trás do apelido está a bronquiolite obliterante — uma doença crônica e progressiva que compromete os bronquíolos, as menores vias respiratórias dos pulmões, até torná-los inutilizáveis.

A condição foi inicialmente identificada no início dos anos 2000, em trabalhadores de uma fábrica de pipoca de micro-ondas nos Estados Unidos, expostos ao diacetil — um composto usado como aromatizante de manteiga. Foi ali que o problema veio à tona.

O risco invisível do diacetil

Atualmente, o diacetil também pode estar presente em líquidos de cigarros eletrônicos, especialmente os com sabores adocicados, como baunilha ou caramelo. Embora nem toda exposição leve ao desenvolvimento da doença, a incerteza sobre os efeitos a longo prazo preocupa especialistas — ainda mais com a comercialização irregular desses produtos.

Sintomas discretos, mas perigosos

A doença surge lentamente: começa com tosse persistente, dificuldade para respirar com pouco esforço, chiado no peito e cansaço constante. Os sintomas podem ser confundidos com outras condições, mas os danos são irreversíveis. Sem cura, o tratamento é apenas paliativo, voltado para aliviar os sintomas ou retardar a progressão.

Vaping: uma armadilha disfarçada de alternativa?

Para fumantes de longa data, os cigarros eletrônicos podem representar um mal menor. Menos alcatrão, ausência de combustão e, possivelmente, menor risco ao coração. É o que destaca o cardiologista Dr. Paul Poirier, ao afirmar que “em alguns casos, trocar o cigarro tradicional pelo eletrônico pode trazer benefícios”.

O problema surge com os jovens adultos que nunca fumaram, mas começam a usar o vape por curiosidade ou diversão. Eles não se beneficiam dessa substituição — ao contrário, acabam se expondo a perigos diferentes, menos evidentes, mas igualmente preocupantes. Vaporizar, afinal, está longe de ser inofensivo.

A chamada síndrome do pulmão de pipoca é um exemplo disso. Não é invenção, nem exagero — é uma condição real, embora rara, que pode se tornar mais comum se os riscos forem ignorados. 

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