Nem sempre os laços que construímos ao longo da vida nos fazem bem. Pelo contrário: relações marcadas por conflitos frequentes, sejam amorosas, familiares ou de amizades, podem causar impactos duradouros no corpo e na mente. Um novo estudo da Universidade de Nova York (NYU) sugere que esse tipo de convívio tóxico pode acelerar o envelhecimento biológico das pessoas.
A pesquisa, pré-publicada no início de julho, investigou como vínculos sociais negativos influenciam alterações químicas no DNA, mais especificamente nas chamadas marcas de metilação, um processo que muda à medida que envelhecemos. Essas alterações funcionam como um "relógio epigenético" e podem revelar se o corpo está envelhecendo mais rápido do que o esperado para a idade cronológica.
Para isso, os cientistas analisaram amostras de saliva de 2.232 participantes, submetendo-as a testes epigenéticos. Também aplicaram questionários sobre o impacto dos relacionamentos próximos no bem-estar dos voluntários, com perguntas como: "Com que frequência essa pessoa o incomodou, causou problemas ou dificultou sua vida?". As respostas variavam entre "nunca", "raramente", "ocasionalmente" e "frequentemente".
Pessoas que frequentemente causavam incômodos foram classificadas como “incomodadores” pelos pesquisadores. Mais da metade dos entrevistados relatou ter ao menos um contato próximo com esse perfil.
0,5% mais acelerado
Segundo os autores, a presença de um "incomodador" entre os vínculos mais próximos foi associada a um envelhecimento epigenético 0,5% mais acelerado. Na prática, isso significa que a idade biológica dos participantes era, em média, 2,5 meses mais avançada do que a cronológica. Em outras palavras, um indivíduo de 25 anos, por exemplo, teria seu organismo funcionando como o de alguém com 25 anos e 2,5 meses.
Além da aceleração no envelhecimento, os participantes com laços tóxicos também relataram piores avaliações de saúde, níveis mais altos de depressão, ansiedade e inflamação, além de mais doenças crônicas associadas ao estresse.
“Esses dados reforçam a importância de observar o impacto dos estressores sociais presentes em redes íntimas e considerar intervenções que ajudem a reduzir seus efeitos, promovendo um envelhecimento mais saudável”, concluem os pesquisadores.
É POSSíVEL sair de um relacionamento tóxico?
- Faça uma autoanálise da sua relação.
- Inicie seu processo de tomada de decisão.
- Tome a decisão com segurança e assertividade.
- Busque ajuda.
- Faça terapia para lidar com o relacionamento abusivo.
- Seja paciente.
- Cuide de si mesmo.
- Seja firme na sua decisão.