O refrigerante zero açúcar tem se tornado cada vez mais popular entre aqueles que buscam opções com menos calorias em comparação aos refrigerantes convencionais. Para alguns, ele é uma alternativa que agrada ao paladar sem interferir no controle de peso, no entanto ele desperta discussões entre especialistas. Afinal, essa bebida realmente ajuda no emagrecimento ou pode ter o efeito oposto?
Para esclarecer essa dúvida, o Eu Atleta ouviu nutricionistas e endocrinologistas, que fizeram uma análise da fórmula do refrigerante zero, seus efeitos no organismo e os hábitos de consumo associados a ele.
Refrigerante zero x refrigerante comum
A grande diferença entre o refrigerante tradicional e o zero está nos ingredientes: o primeiro leva açúcar, fornecendo entre 140 e 180 calorias por 350 ml, enquanto o segundo substitui o açúcar por adoçantes artificiais, o que reduz drasticamente o valor calórico. Ainda assim, os especialistas consultados concordam que essa substituição não faz do refrigerante zero uma opção realmente saudável.
"O refrigerante, seja zero ou comum, nunca é uma opção saudável. Mas não significa dizer que ele deva ser execrado, demonizado ou eliminado de uma proposta dietética", explica Roberto Zagury, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Conselhos dos especialistas
Zagury destaca que nenhum tipo de refrigerante deve ser estimulado, mas afirma que a versão zero não precisa ser completamente excluída da alimentação. A nutricionista Taís Rodrigues complementa dizendo que o consumo deve ser analisado dentro do contexto individual.
Ela explica que, em casos de pessoas com consumo excessivo e frequente de refrigerantes e que precisam perder peso, optar pela versão diet pode ser uma estratégia útil para reduzir a ingestão calórica total, trazendo benefícios à dieta.
Cautela com adoçantes artificiais
Mesmo assim, o uso em excesso de adoçantes como aspartame, sucralose e sacarina — comuns no refrigerante zero — pode trazer prejuízos à saúde. Entre os possíveis efeitos negativos estão resistência à insulina, enfraquecimento ósseo, maior risco de pedras nos rins e desequilíbrio na flora intestinal.
Esse alerta é feito pela nutricionista Viviane Sahade, professora do Departamento de Ciência da Nutrição da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ela também chama atenção para os danos que a bebida pode causar aos dentes, por conta do dióxido de carbono e dos ácidos usados para intensificar o sabor.
"Os ácidos (presentes na fórmula do refrigerante zero) podem causar alterações no esmalte dos dentes ao longo do tempo, levando ao surgimento de cáries e sensibilidade", completa a professora.