Quem come esse tipo de alimento vive menos, diz estudo

Esses alimentos atraem o público por serem saborosos e de preparo rápido, mas causam sérios prejuízos à saúde

Casal preparando uma refeição | Reprodução/Internet

Os alimentos ultraprocessados são conhecidos por realçarem o sabor e utilizarem diversos procedimentos químicos para aumentar a durabilidade dos produtos, muitas vezes sem considerar adequadamente a saúde do consumidor. Um estudo publicado na revista BMJ Global Health revelou que esses alimentos estão associados a uma redução na expectativa de vida.

Durante uma década, mais de 100 mil participantes foram acompanhados neste estudo, que apontou um aumento de 20% no risco de morte entre indivíduos que consumiam mais alimentos ultraprocessados. Este não é apenas um problema de mortalidade precoce, estimada em 57 mil casos por ano entre brasileiros de 30 a 69 anos, mas também ressalta o potencial preventivo que a diminuição do consumo desses alimentos poderia oferecer.

Aumento do consumo

No Brasil, houve um aumento significativo no consumo de alimentos ultraprocessados, passando de 12,6% para 18,4% entre 2002 e 2018, um dado que merece atenção. Esse padrão de consumo frequentemente substitui alimentos in natura ou minimamente processados, fundamentais para uma dieta equilibrada.

"Esse momento exige uma reflexão profunda sobre as escolhas alimentares e o modelo de produção de alimentos. A mudança começa com a informação e a conscientização sobre os impactos de nossas escolhas alimentares tanto para nossa saúde quanto para o ambiente. Com essa abordagem, podemos caminhar em direção a um futuro mais saudável e sustentável", concluiu a médica especializada em nutrologia, Renata de Nóbrega, em entrevista ao Sport Life.

Diversas doenças

Estudos conduzidos pelo Programa Global de Pesquisa Alimentar da UNC-Chapel Hill, dedicado à avaliação de políticas nutricionais e à pesquisa em larga escala para a prevenção de doenças, destacam que pessoas que consomem grandes quantidades de alimentos ultraprocessados apresentam taxas mais elevadas de colesterol, hipertensão e doenças cardiovasculares (afetando o coração e os vasos sanguíneos).

O risco de desenvolver diabetes é aumentado em mais de 50% entre aqueles que consomem esses produtos em excesso. A relação entre o consumo de ultraprocessados e doenças é diretamente proporcional à quantidade ingerida: quanto mais se consome, maior é o risco de desenvolver essas enfermidades. Em adultos, incluir apenas 10% de ultraprocessados na dieta já eleva o risco de diabetes, e há indícios de que o consumo ilimitado possa também contribuir para o diabetes gestacional. Essas descobertas foram publicadas no periódico científico Nutrients.

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