Um estudo conduzido pela Universidade Penn State, nos Estados Unidos, descobriu que uma combinação de extrato de chá verde descafeinado e exercício físico possui capacidade de reduzir em até 75% o acúmulo de gordura no fígado. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro do Fígado em novembro de 2021, a população brasileira apresenta uma grande incidência de gordura no fígado: cerca de 30% dos habitantes do país sofrem com a doença.
Os responsáveis pela pesquisa utilizaram de camundongos alimentados com uma dieta rica em gordura durante 16 semanas, que consumiram extrato de chá verde e se exercitaram regularmente. O grupo apresentou apenas 25% de depósitos de gordura em seus fígados em comparação com um grupo controle de camundongos. Os camundongos tratados apenas com extrato de chá verde ou apenas com exercícios apresentaram cerca de 50% de gordura no fígado em comparação com o grupo controle.
Embora esse estudo tenha sido realizado em camundongos, acredita-se que o benefício seja semelhante em humanos. O estudo publicado no Journal of Nutritional Biochemistry não apenas analisou o tecido hepático dos camundongos, mas também mediu o teor de proteína e gordura em suas fezes. Os resultados mostraram que os camundongos que consumiram extrato de chá verde e se exercitaram apresentaram níveis mais elevados de gordura nas fezes.
O que é a gordura no fígado?
O acúmulo de gordura no fígado é chamado de esteatose hepática. A condição ocorre quando as células do órgão são infiltradas por gordura. Especialmente quando mais de 5 a 10% do fígado é composto por gordura, é necessário diagnosticar a causa e iniciar tratamento. Existem diversas causas para a gordura no fígado, como uso crônico de álcool, diabetes, aumento de triglicérides, uso de certos medicamentos, colesterol alto, hepatite crônica B e C e certas hepatopatias autoimunes.
Atualmente, a causa mais comum dessa situação no mundo é conhecida como Fígado Gorduroso Não Alcoólico, identificado pela sigla inglesa de NALFD (No Alcoholic Fatty Liver Disease). O diagnóstico ocorre, muitas vezes, de forma incidental, quando o paciente realiza exames investigando outra condição ou durante check-ups de rotina. Nesse caso, é necessário realizar exames específicos para estabelecer em qual grau a esteatose está presente no organismo, através de ultrassonografias e hepatogramas.
Tratamento
Nos casos mais leves, as mudanças nos hábitos de vida são o tratamento indicado para quem tem gordura no fígado. Em casos mais graves, quando a inflamação demora vários anos para ser descoberta, a doença pode evoluir para uma cirrose hepática e, em situações raras, para um câncer no fígado. Isso acontece porque a inflamação gera uma fibrose, uma espécie de cicatriz no órgão, o que começa a comprometer as funções hepáticas.
Os pacientes que apresentam esteatose hepática devem fazer acompanhamento com um especialista em uma frequência recomendada de 6 a 12 meses. Com novos exames de imagem e análises das enzimas hepáticas, é possível monitorar o avanço ou a regressão da doença, e a partir daí continuar com o tratamento adequado.