A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que não há um padrão de ingestão de álcool que seja seguro. O consumo de bebida alcoólica provoca consequências para o organismo, contribuindo para desfechos cardiovasculares e cerebrais, por isso a prática de abstinência, ainda que apenas por um mês, tem benefícios para a saúde. A desistência do consumo de álcool durante 30 dias é uma oportunidade de permitir ao corpo uma recuperação adequada da substância tóxica.
Os efeitos tóxicos do álcool duram mais tempo que a ressaca. Assim que a ingestão de bebida alcoólica é iniciada, o fígado é o primeiro órgão que começa a lutar para desintoxicar o organismo, liberando enzimas para quebrar a substância e facilitar a eliminação dela. No entanto, os efeitos negativos podem durar semanas. Ainda de acordo com a OMS, 3 milhões de pessoas morrem por ano devido ao uso nocivo do álcool, em especial homens. O
O diagnóstico da doença e o tempo de desintoxicação dependem da quantidade e do tempo de consumo, da idade, do peso, do gênero, de fatores genéticos e de saúde em geral. A recuperação do organismo de pessoas com alcoolismo, mesmo que leve, costuma demorar mais tempo. A reabilitação requer tratamento específico e, muitas vezes, exige internação. Os sintomas podem durar meses e incluem crise de abstinência com alterações na saúde mental, como alucinação e tremores.
Benefícios sem a bebida
As evidências científicas sobre a relação existente entre a abstinência ou a moderação do consumo de álcool e a reversão dos impactos negativos da substância em todo o corpo são bastante estabelecidas. No curto prazo, além do sumiço das ressacas, é comum observar uma melhora nos níveis de energia, da hidratação, do aspecto da pele, além de mudanças no peso, já que haverá menor consumo de calorias. A longo prazo, os lucros são distribuídos por todos os sistemas do organismo, entre eles:
Mais saúde para o fígado;
Menor risco de pneumonia;
Melhora da performance sexual;
Prevenção e controle de doenças cardiovasculares;
Blindagem contra alguns tipos de câncer;
Mais saúde para o feto;
Cérebro afiado;
O álcool contribui, ainda, para o envelhecimento prematuro, podendo ocasionar pele avermelhada, manchada ou inchada. Após um mês de sobriedade, a pele começa a ficar com mais saúde, o que se reflete no brilho e na beleza. A quantidade de açúcar no sangue também cai, reduzindo o risco de desenvolvimento de diabete tipo 2. As pesquisas médicas já confirmaram a relação positiva entre abstinência do álcool e melhora da disfunção erétil —especialmente quando não há lesões no fígado, o paciente é jovem e o período de tempo do consumo do álcool é menor, assim como o número de doses consumidas diariamente. Os dados foram publicados no The Journal of Sexual Medicine.
Parar de beber ajuda na prevenção e no controle da hipertensão (pressão alta), fibrilação atrial, insuficiência cardíaca, AVC (acidente vascular cerebral), além de alterações na pressão sistólica e diastólica (contração e relaxamento) do coração. Todos esses quadros estão relacionados à ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. Os grandes vilões nessas situações são o etanol e o acetaldeído, a primeira reação metabólica ao álcool promovida pelo organismo. Deficiências de nutrientes e níveis aumentados de toxinas no corpo aceleram esses resultados. Ao longo do tempo, o músculo do coração enfraquece (cardiomiopatia alcoólica).