Número de vezes que você vai ao banheiro pode indicar Alzheimer precoce

Novo estudo aponta que um dos indicadores da doença de Alzheimer pode não estar na mente, mas sim no intestino

No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano | Reprodução: Internet
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Um estudo apresentado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, realizado durante seis anos, associou possíveis conexões entre a digestão e a demência. A análise aponta que um dos indicadores da doença de Alzheimer pode não estar na mente, mas sim no intestino.

Um dos principais fatores dado os resultados é a constipação – especificamente, movimentos intestinais a cada três dias – que pode ser um indicador de risco para a demência. Para os especialistas, há uma relação direta entre a constipação crônica e um declínio na função cognitiva que era equivalente a três anos de envelhecimento.

Com base na análise realizada durante seis anos, 73% dos casos que mostraram um déficit cognitivo estavam ligados a quadro de constipação. O que levou os especialistas a relacionar que problemas intestinais regulares podem ser um dos marcadores ocultos de doenças degenerativas.

Ir mais vezes ao banheiro também pode estar associado

A ligação da demência e intestino não se limitou apenas à constipação, pois os cientistas também descobriram um risco ligeiramente maior de demência em pessoas que evacuaram mais de duas vezes por dia. A pesquisa associou a presença reduzida de bactérias produtoras do ácido graxo butirato e de fibras alimentares à constipação e, consequentemente, ao declínio cognitivo.

“Quando um sistema está com defeito, ele afeta outros sistemas. Quando essa disfunção não é tratada, pode criar uma cascata de consequências para o resto do corpo”, disse Heather M. Snyder, vice-presidente de relações médicas e científicas da Alzheimer’s Association.

O que foi possível concluir? 

Para os especialistas, as descobertas dizem muito sobre as conexões entre o intestino e o cérebro. “Essas descobertas começam a revelar conexões mais específicas entre nosso intestino e nosso cérebro. Acreditamos que a redução de certas bactérias identificadas pode aumentar a permeabilidade intestinal e o transporte de metabólitos tóxicos no cérebro, aumentando assim a deposição de beta-amilóide e tau”, afirmou Yannick Wadop pós-doutorando no Instituto Glenn Biggs para Alzheimer e Doenças Neurodegenerativas da UT Health San Antonio.

Outros fatores de risco para Alzheimer

Segundo especialistas do Centro da Memória, estudos recentes identificaram fatores de risco potencialmente modificáveis, não somente para o Alzheimer, mas também para todas as demências. São eles:

  • Baixa escolaridade formal;
  • Perda auditiva;
  • Fatores relacionados a doenças vasculares, como hipertensão arterial, obesidade, diabetes, sedentarismo e tabagismo;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Traumatismo cranioencefálico;
  • Isolamento social;
  • Poluição ambiental.
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