Pesquisas recentes têm mostrado que o consumo de macarrão instantâneo mais de duas vezes por semana pode elevar de forma expressiva os riscos de doenças cardíacas, derrames e diabetes. O alerta vem de estudos que analisaram os hábitos alimentares e os impactos desse produto ultraprocessado na saúde.
A investigação, realizada por especialistas da Baylor University e da Harvard School of Public Health, concentrou-se na Coreia do Sul — país com o maior consumo mundial de macarrão instantâneo. Os resultados, publicados no Journal of Nutrition e divulgados pela revista Exame, reforçam a preocupação sobre o uso frequente desse alimento.
Riscos para saúde
O estudo encontrou uma forte associação entre o alto consumo de macarrão instantâneo e a síndrome cardiometabólica, condição que eleva significativamente o risco de infarto, derrame e diabetes. Segundo o pesquisador Hyun Joon Shin, fatores como obesidade abdominal, pressão arterial elevada e glicose alta no sangue podem ser agravados pelo consumo recorrente desse tipo de refeição.
Outro ponto que chamou atenção é que as mulheres apresentam maior vulnerabilidade aos efeitos negativos. A explicação estaria no bisfenol A (BPA), substância presente nas embalagens plásticas e de isopor do macarrão instantâneo. O BPA atua como desregulador endócrino e interfere no estrogênio, hormônio essencial para diversas funções femininas. No Brasil, seu uso é proibido em mamadeiras e chupetas, mas ainda permitido em outras embalagens alimentícias.
Apesar dos riscos, especialistas afirmam que é possível tornar o prato menos prejudicial. A nutricionista Rosana Farah, do portal Minha Vida, recomenda substituir o tempero industrializado por versões caseiras, incluir legumes e verduras, adicionar azeite, investir em molhos mais naturais e complementar a refeição com fontes de proteína. Com criatividade, é possível adaptar a receita e deixá-la mais equilibrada.