Libido baixa pode ser sinônimo de estresse; especialista esclarece tema

Na baixa libido, há diminuição do interesse e do prazer no sexo ou isso nem sequer existe, independente do momento

As causas da libido em baixa podem ser multifatoriais, e é preciso entender que não se deve sentir culpa por isso | Reprodução: Internet
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Quando o assunto é desejo sexual, não há um nível considerado normal, mas é possível notar quando a libido está baixa. Na baixa libido, há diminuição do interesse e do prazer no sexo ou isso nem sequer existe, independente do momento. Há diversos motivos para que haja falta de desejo sexual, como uso de medicamentos, desequilíbrio hormonal e situações frequentes de estresse e cansaço

Os principais fatores para a redução do desejo sexual hipoativo não são causas físicas ou orgânicas, ressalta o ginecologista e obstetra Leonardo Valladão. "Não é um mau funcionamento ovariano ou uma mulher que tenha uma alteração da vulva, na vagina, que tenha dor na relação sexual. A maior parte das causas estão relacionadas ao cansaço, estresse, diminuição ou perda do estímulo pelo parceiro", ressalta o médico, especialista em Medicina Fetal, em entrevista ao site Terra.

Estresse crônico

Com avaliação complementar a do ginecologista, a psiquiatra Danielle H. Admoni pontua que esse problema costuma ser identificado em pacientes com quadros de estresse crônico, problema que é considerado fator de risco para diversas doenças cardiovasculares. Nesses casos, não se trata de episódios de "nervoso", mas sim situações constantes que culminam na liberação de substâncias como adrenalina e noradrenalina. Tais hormônios são neurotransmissores que aumentam a frequência cardíaca, respiratória e a resistência vascular, provocando impactos físicos no indivíduo.

Outra substância que é estimulada por essa tensão é o cortisol, conhecido como hormônio do estresse. Quando em níveis altos no corpo, ele também afeta a libido. "A libido está muito relacionada com a questão emocional, então se a gente não está bem do ponto de vista psíquico e, principalmente, no relacionamento, a libido acaba sendo bastante afetada, é uma das coisas que a gente sempre pergunta na primeira consulta", confirma a médica.

Estresse também prejudica os cabelos

Não é só o desejo sexual que sofre com os níveis de estresse do corpo. A alta de substâncias como adrenalina e cortisol tem como consequência o enfraquecimento das unhas e a queda de cabelo. Para piorar, essa queda tem um ciclo de três meses. De acordo com a psiquiatra, o cabelo tanto pode continuar caindo após esse período como pode também começar a cair três meses após o evento que gerou o pico de estresse. "A gente não consegue nem lembrar o que motivou a queda", destaca.

Segundo a definição do dicionário, Oxford Languages, libido é a procura instintiva pelo prazer sexual, que se caracteriza através do desejo. Além disso, segundo as teorias da psicanálise de Freud, libido é referente a energia que está na base das transformações da pulsão sexual, ou seja, a energia vital. A libido baixa, por sua vez, é o contrário de tudo isso, quando não há procura por prazer. Popularmente, isso é chamado de “falta de tesão”, já ouviu essa frase?

Ao mesmo tempo em que a libido sofre uma queda, normalmente acabam diminuindo as demais impulsividades e desejos da vida como um todo, não apenas aqueles que envolvem a sexualidade. Então, como conseguimos identificar quando a ausência de desejo sexual se trata de um problema que exige tratamento? Sobretudo, a perda da libido apresenta alguns sintomas diretos e outros não tão diretos, entenda melhor logo abaixo:

  • baixo interesse sexual;
  • dificuldade em alcançar o orgasmo;
  • dificuldade de ereção;
  • diminuição na frequência das relações sexuais;
  • cansaço e falta de disposição no dia a dia;
  • problemas de memória;
  • mudanças de humor.

Combate às causas

Quando se identifica que a raiz do problema é de fundo psicossomático, o caminho é investigar: qual a razão de tanto estresse? Encontrada a resposta, o foco deve ser atenuar as causas. Isso inclui buscar atendimento terapêutico quando possível; se afastar do ambiente adoecedor, também quando possível; priorizar a prática de atividade física, que, como lembra Valladão, é uma forma da mulher liberar testosterona naturalmente; e até meditar. "Os exercícios de atenção plena ajudam a reduzir a carga de estresse — isso pode ser uma maneira dessa mulher ter o retorno da sua atividade sexual com uma libido normal", aconselha o ginecologista.

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