A harmonização facial é a nova febre em procedimentos estéticos. De uns meses para cá, várias personalidades, como Gretchen, Alok, Diego Hipólito, entre outros, exibiram nas redes sociais e na imprensa os resultados do novo visual. Mas o procedimento é confiável e eficaz como propagam?
O cirurgião plástico Davis Barbosa explica que a harmonização facial é uma associação de tratamentos não cirúrgicos para melhorar a estética facial. Nela são utilizados preenchedores (como ácido hialurônico e poliláctico), toxina botulínica, fios de tração e pequenos procedimentos minimamente invasivos. É um procedimento realizado em consultório médico e que permite rápido retorno às atividades.
O médico ressalta que, apesar de ser pouco invasivo, o procedimento pode oferecer riscos. “Os principais estão relacionados à insatisfação. Entretanto também há a possibilidade de alergias, inchaço exagerado, presença de hematomas e lesão vascular com necrose de tecidos. Apesar de já ter sido relatado um caso de morte, é um evento extremamente raro”, explica.
Como tudo que envolve mudança na aparência, nem sempre o resultado é satisfatório. Alguns casos de famosos chegaram a colocar esse tipo de tratamento em dúvida, mas o cirurgião ressalta a subjetividade dessa avaliação. “É difícil associar a ideia de resultado do paciente com a real possibilidade e com a conveniência do resultado", fiz.
EQUILÍBRIO
É comum uma pessoa que tem um lábio fino, por exemplo, deseje um resultado que é adequado aos seus olhos, porém, exagerado aos olhos das demais pessoas, causando um efeito visual desagradável. São casos em que o paciente fica feliz com o resultado, mas que incomoda ou choca as demais pessoas. Por conta disso é difícil equilibrar o desejo de alguns pacientes com o resultado adequado”.
PROFISSIONAIS AUTORIZADOS
Algumas entidades de profissionais de saúde não médicos (fisioterapeutas, bioquímicos/farmacêuticos, enfermeiros, odontólogos, biólogos, etc) forneceram autorização administrativa para que seus associados possam realizar estes tratamentos.
“A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica apoia a evolução do conhecimento e dos tratamentos médicos, sejam eles de cunho estético ou reconstrutivo. Ao mesmo tempo, se preocupa com a segurança dos pacientes e exige um elevado nível de formação ético, teórico e prático dos seus associados para permitir a realização dos diversos tratamentos (cirúrgicos ou não) dentro das melhores práticas e oferecendo as melhores possibilidades de resultado", diz.
Está havendo uma enxurrada de disputas legais, de forma que se faz necessária uma regulamentação definitiva e clara que imponha os limites de segurança e formação necessários para realizar estes tratamentos”, conclui o cirurgião.