Fonoaudiologia: Entenda tratamentos para o desenvolvimento de crianças com TEA

Especialista destaca benefícios da Análise do Comportamento Aplicada e uso de brinquedos nas terapias.

Fonoaudióloga Janaína Lopes em terapia com paciente. | Jéssica Dayane/ Portal MeioNews
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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta a maneira como as pessoas percebem e interagem com o mundo. Desde pequenos, aqueles que possuem TEA podem ter dificuldades com a comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Apesar de não haver cura para o TEA, a intervenção precoce pode auxiliar as pessoas com o transtorno a desenvolver suas habilidades e alcançar seu pleno potencial, explica a fonoaudióloga Janaína Lopes.

TRATAMENTOS

Segundo a fonoaudióloga, um dos tratamentos mais utilizados na atualidade é o ABA, que se refere ao termo em inglês Applied Behavior Analysis, conhecido como Análise do Comportamento Aplicada. “Tem sido comprovado cientificamente que está gerando efeitos positivos com as crianças com TEA. [...] Todas as especialidades estão utilizando”, afirma Janaína Lopes. Ela explica que é realizado um trabalho de desenvolvimento cognitivo da criança, focado na sua capacidade de aprender, absorver informações e responder aos desafios cotidianos.

“A gente trabalha na percepção visual, na auditiva e na criança como um todo, para o desenvolvimento dela”, afirma a fonoaudióloga. Através da observação e análise sistemática do comportamento do indivíduo, os profissionais da ABA identificam padrões e relações entre as ações e suas consequências. Com base nessas informações, são elaborados programas específicos para cada paciente.

“Quanto mais precocemente a gente intervir, mais cedo a criança vai se desenvolver.”

Janaína ainda ressalta outros tratamentos para as crianças, realizados em conjunto com neuropediatras. Os pacientes são acompanhados e, dependendo do diagnóstico, a cada seis meses ou três meses, eles apresentam o relatório dos terapeutas para o neuropediatra. Com base neste relatório de acompanhamento, o neuropediatra, se necessário, prescreve a medicação adequada.

“Vamos supor que um paciente esteja sob investigação; os neuropediatras irão fechar o diagnóstico da criança. Então, ele vai passar a medicação, dependendo se a criança tem picos de agressividade ou TDAH. Porque pode acontecer de a criança autista também ter TDAH. Eles prescrevem algum medicamento, como a risperidona, para ver se a criança mantém a concentração”, pontuou a profissional.

Uso de Brinquedos nas Terapias

Quebra-cabeças, bolas, jogos de tabuleiro e até bonecas e carrinhos fazem parte da terapia com a fonoaudióloga. Para ela, o uso desses recursos funciona como um estímulo para que as crianças com TEA aprendam novas formas de se comunicar e se expressar, além de fazer com que aqueles que se recusam a entrar na sala realizem a consulta de uma forma descontraída, porém eficaz.

“É o primeiro passo”, reforça a profissional. Conforme ela, dependendo do brinquedo utilizado, é possível trabalhar a percepção visual, a fala, o raciocínio lógico, entre outras habilidades. “Você tem que levar o recurso adequado”, acrescentou.

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